Aconteceu na manhã deste domingo, 25, a VIII Caminhada da Fé à capela de Maria de Bil, no Sanharol.
O evento, organizado pela Secretaria de Cultura e Turismo do Município, com concentração popular na casa do casal Paulo Santiago e Bebé do Bairro Sanharol, agregou dezenas de fiéis que refizeram o caminho do martírio de Maria, barbaramente assassinada pelo seu marido, Bil, em 11 de março de 1926.
Durante o percurso de 3km, nas sete cruzes às margens da estrada de pedras, grotas e com muita lama, devido à chuva da madrugada deste domingo, os fiéis paravam e rezavam um mistério do terço.
Entre os caminhantes dessa jornada de fé, estão adultos, jovens e crianças, que se apegaram a Maria em momentos de dificuldades. Eva Mendes, uma das participantes da peregrinação, disse que se apegou com Maria de Bil quando teve que enfrentar uma cirurgia de mama, que com a sua fé na mártir, foi bem sucedida.
O prefeito Zé Helder, também esteve no evento, ocasião em que declarou que no seu governo, a romaria à capela de Maria de Bil recebeu apoio e incentivo, fortalecendo a cultura e a religiosidade do povo.
Em seu último ano de governo, o prefeito pediu que o próximo gestor municipal dê continuidade no apoio ao evento, que já está no calendário cultural da cidade.
Entenda o crime
Maria veio morar em Várzea Alegre vinda de Alagoas, a partir de 1920, quando aqui chegou na companhia dos seus pais, Clementino Romeiro e Antônia e da sua irmã Madalena. Ela conheceu Bil, que era da região de Iguatu, no Sul do Ceará, com quem se casou em 05 de março de 1922.
O crime foi motivado passionalmente pelo envolvimento de Bil com a sua cunhada, Madalena, que estaria grávida dele. Ao descobrir a traição, Maria deixou Bil e passou a morar com os seus pais, Clementino Romeiro e Antônia.
Bil insistia em reatar o casamento, mas, Maria não aprovava a ideia, sob os conselhos do seu pai.
A recusa de Maria deixou Bil enfurecido que passou a planejar a sua morte.
Maria estava grávida do terceiro filho, quando foi atocaiada e morta cruelmente por Bil, às 10h00 do dia 11 de março de 1926, quando seguia para o roçado na companhia de outras companheiras, onde deixaria o almoço para o seu pai e os seus trabalhadores.
Bil fugiu da cena do crime e nunca mais foi visto. Narra a história, que no crime, Bil teria despido Maria, a deixando em posição de envilecimento.
Ele teria ainda cortado as batadas das pernas de Maria e as teria comido, e também teria colocado uma moeda de um mil réis em sua boca, num suposto ritual macabro para que não fosse encontrado e preso.
Bil virou lenda, já que há quem diga, com base em crendices populares, que Bil virou lobisomen e passou a assustar a quem passasse pelas estradas daquela região.
As mais recentes versões, que não podem ganhar crédito de verdade, é que Bil teria se mudado para a região de Cariús, já que havia chegado à Várzea Alegre, vindo das bandas de Iguatu. Tem que diga que ele entrou para o bando de "Lampião". Já outros contam que Bil teria sido capturado e morto por Clementino Romeiro, pai de Maria. O certo é que, após o bárbaro crime, ninguém soube decerto do paradeiro do criminoso.
O sofrimento de Maria comoveu a população que passou a frequentar o local do crime em romaria e pedir a sua intercessão ao santos em momentos de aflição.
As supostas graças alcançadas fazem da pequena capela, erguida no alto da Serra do Inharé por seu Zé Pretinho, em 1957, um proprietário de terras naquela região, um ponto certo de visitação dos fiéis.
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