Cerca de 70 pessoas com doenças e transtornos da coagulação sanguínea estão recebendo tratamento no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), núcleo do Crato. A unidade é a única da região do Cariri a tratar a hemofilia, doença genética causadora de um distúrbio que incapacita o corpo de controlar os sangramentos. No Hemocentro, os pacientes recebem o acompanhamento adequado, desde a infância até a idade adulta.
Na região, o número de pacientes hemofílicos vem crescendo. Em 2011, mais cinco novos casos receberam acompanhamento do Hemocentro. Neste ano, há a suspeita de um novo caso, que está sendo investigado. Porém, ainda não houve nenhum novo cadastramento de pacientes.
Ao diagnosticar a hemofilia, o paciente é cadastrado o Programa de Coagulopatias Hereditárias do Ministério da Saúde. Somente a partir daí, ele passa a ser assistido por uma equipe multidisciplinar de profissionais. Entre os especialistas estão psicólogos, médicos hematologistas, pediatras, ortopedistas, enfermeiros e fisioterapeutas, que ajudam a melhorar a qualidade de vida destas pessoas.
Para o controle da doença, os pacientes hemofílicos recebem o tratamento necessário, que é um concentrado do fator de coagulação. A medicação é feita de plasma humano.
A hemofilia é ocasionada, principalmente, pela falta ou o não funcionamento de dois fatores, o VIII ou IX na coagulação sanguínea. Segundo a dona de casa Socorro Maria da Silva, que tem três filhos hemofílicos, a vida das pessoas com a doença tem particularidades, mas não é limitada. "Tenho medo dos meus filhos caírem, levarem corte, por isso, tenho muita atenção nas atividades deles. Mas, fora isso, eles levam uma vida normal como todas as outras crianças sem a doença", conta.
A doença se caracteriza pela formação de hematoses e hematomas, causando sangramentos que podem ocorrer sem causa aparente, como forma de hemorragias espontâneas ou provocados. Geralmente, os sangramentos são internos, acontecem em articulações, mucosas e músculos, através da pele, onde é comum o aparecimento de manchas roxas. Entretanto, a gravidade dos sangramentos depende da quantidade de fator existente no plasma. A hemofilia tem três níveis de gravidade, podendo ser leve, moderada ou grave. Os sintomas podem aparecer ainda nos primeiros anos de vida. O médico hematologista Ricardo Vieira alerta para os riscos da doença. "Se essas pessoas com hemofilia não forem bem tratadas, elas podem ficar com deformidades articulares, dificuldades para andar e exercer suas tarefas", afirma.
Desde 2009, o hemocentro do Hemoce do Crato está sendo reestruturado para atender a esse tipo de paciente. No início do ano de 2010, a unidade implantou o Programa de Coagulopatias Hereditárias. Segundo a coordenadora do programa, Ana Cristina de Brito, a unidade está plenamente preparada para atender a demanda na região.
fonte: DN
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