A área de
11.525 hectares, que compõe a Estação Ecológica, uma das poucas áreas de
caatinga preservadas na região Nordeste e no Ceará, sofre degradação padecendo
de descaso e invasões. Está sem gerência desde 2012, fato já divulgado pelo
Diário do Nordeste em julho do ano passado, após denúncia do Pacto Ambiental
dos Sertões de Crateús e Inhamuns (Parisc).
A entidade realiza hoje audiência Pública no Ginásio Esportivo
desta cidade, com a presença de gestores da região, ambientalistas, estudantes
e representantes de órgãos ambientais a fim de debater o atual quadro e
encaminhar soluções.
O local é alvo de constantes invasões por animais de grande porte,
prejudicando os trabalhos de pesquisa. Falta também capital humano para a parte
administrativa, serviços gerais e técnicos, segundo informou o Pacto. Na
ocasião será produzida a "Carta de Aiuaba".
Segundo o Pacto, a Estação foi criada há 13 anos e atualmente é
administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. O
objetivo da unidade é a preservação da fauna e da flora e a criação de um
espaço adequado de pesquisas sobre a caatinga e a vida dos animais. Implantada
em 1980, pelo então Ministério do Interior, a Estação Ecológica de Aiuaba
somente foi criada em 2001. A sua área de entorno não é regularizada e isso
praticamente inviabiliza a captação de recursos para investir em projetos de
conservação.
Identificação
Na Estação, já foram identificadas, aproximadamente, 360 espécies
vegetais, ocorrendo com frequência, dentre outras, a aroeira e o angico. Os
aspectos mais relevantes da fauna é a presença considerável de primatas, dentre
os quais se destacam o sagui e o macaco prego.
"O atual estado da Estação Ecológica é preocupante, está
praticamente em abandono. Mais de 400m de cerca foram roubadas. Os caçadores
desafiam as leis ambientais matando aves e animais silvestres no local, além da
derrubada de árvores nativas centenárias dentro do território da reserva. Isso
não pode continuar, tem que ter um basta e o local tem que ser protegido e
preservado", destaca Jorge de Moura, secretário executivo do Pacto.
A expectativa dos organizadores é que um grande público participe
do evento, cuja programação iniciará às 9 horas da manhã. Além da Estação de
Aiuaba, estão também na pauta dos debates a situação de insegurança vivida na
Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), em Crateús.
A gerência da Reserva fará parte dos debates e exporá a
problemática enfrentada no local, que ultimamente tem sofrido invasões de
caçadores, ameaçando as espécies nativas e até os pesquisadores, que vão ao
local em busca de novas espécies e de estudos acadêmicos.
Diário do Nordeste
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