Cativar a atenção dos jovens em meio a tantas demandas no mundo não é
desafio dos mais fáceis. Mesmo assim, faltou espaço no auditório do
Seminário da Prainha na manhã deste sábado, que ficou lotado de jovens
de todo o País para ouvir o teólogo Leonardo Boff, aos 75 anos.
Entre
as mensagens: “a fé não é aderir a doutrinas, é o encontro com Deus.
Você tem que escolher qual caminho te faz melhor. O jovem tem que ser
revolucionário”. O estudioso foi um dos convidados do I Encontro
Nacional de Juventudes e Espiritualidade Libertadora, que começou na
quinta-feira e segue até este domingo em Fortaleza.
Durante
mais de uma hora, ele compartilhou experiências, respondeu a perguntas e
encerrou o encontro promovendo uma meditação - ao fim, foi fortemente
aplaudido.
De acordo com o doutor em Teologia e Filosofia, a
chegada do papa Francisco trouxe não só perspectivas de mudanças -
significou uma revolução na Igreja. “Ele reformou o papado, colocou o
povo de Deus no centro, e não os bispos, os papas, os padres”, afirmou.
Para ele, a renovação provocada com o novo pontífice significa uma
dinamização na sociedade.
Ele reforçou a importância do
resgate da juventude em meio ao massacre e exploração da cultura
capitalista. “A espiritualidade é uma fonte inspirada de sonhos, de
grandes ideais, de grandes valores. O jovem é jovem porque sonha, porque
quer um outro mundo diferente”. Durante a palestra, ainda afirmou: “As
mulheres são muito mais sensíveis que os homens ao mundo espiritual. São
portadoras do cuidado”.
Lembranças e missão
O
encontro de Boff com os jovens foi planejado para contar com a
participação do padre João Batista Libânio, falecido em janeiro deste
ano, que ainda chegou a confirmar presença no evento. Padre Libânio,
assim como Leonardo Boff, era precursor da teologia da libertação e foi
lembrado junto a dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiânia, falecido
na última sexta-feira, 2.
Para o padre Ermanno Allegri, o
evento cumpre sua missão de reunir jovens para a troca de experiências e
discutir a relação entre a juventude e a sua espiritualidade. “Temos
participantes de todo o Brasil e de diversas igrejas. O compromisso de
cidadão, politico e social tem tudo a ver com a força que vem da gente
pela nossa relação com Deus”, disse.
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