A Barragem de Jati deverá receber água no segundo semestre do próximo
ano. Com a fase de testes iniciadas no Projeto da Transposição do Rio São
Francisco, avançam os serviços nas estações de bombeamento, para os testes na
área energética, no eixo leste da obra. A fase seguinte será o encaminhamento
das estações de bombeamento no eixo Nordeste, onde se encontra em construção a Barragem
de Jati, no Cariri cearense.
No trecho de Jati mais de 400 pessoas
estão trabalhando na obra, a maioria dela, jovens da própria região e do
município. Há mais de um ano, que o trabalho segue o ritmo contínuo, com turnos
24 horas. A meta é concluir os serviços até o fim de 2015. Iniciada em 2007, a
obra deveria estar pronta em 2010.
O titular do Ministério da Integração
Nacional (MIN), Francisco Teixeira, que recentemente esteve na região, disse
que são mais de 500 metros de eixos, canais, barragens, aquedutos e tubulações
que estão sendo feitos.
Testes
Quase 11.500 pessoas trabalham na obra
e está sendo colocada água no eixo leste, que não vem para o Ceará e atende o
sertão pernambucano e a Paraíba. São os primeiros 15 quilômetros de canal
testados, com a estação de bombeamento. A primeira delas, enchendo o primeiro
reservatório, que é o de Areias.
Foi o primeiro reservatório cheio, nos
15 km de canal, em fase pré-operacional. Ele disse que serão realizados vários
testes de bombeamento. No eixo Norte, há a perspectiva de em breve jogar água
nos primeiros 45 km. A estação de bombeamento já se encontra pronta, com os
últimos detalhes da parte elétrica sendo feita. "O que está faltando é um
pequeno trecho da linha de transmissão, para poder ser concluído para energizar
a estação", disse.
Cada local dessas estações funciona em
um prédio de quase 20 metros. Com isso, são montados grandes equipamentos
hidromecânicos, que são as bombas, além das subestações, que vão alimentar
diariamente essas subestações de bombeamento. Segundo o ministro, trata-se de
obras grandiosas e complexas, feitas por meio de uma parceria do Ministério da
Integração com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
No momento, estão em execução duas
estações de bombeamento, uma delas concluída e as outras duas em mais de 70%.
Quanto ao atual momento de seca no em vários Estados do Brasil, inclusive no
Sul e Sudeste, ele afirma que se está vivenciando um momento de seca
generalizado. No Nordeste há três anos, no Sudeste, com alguns meses de seca a
ponto de estar faltando água em São Paulo. Cerca de 70% da água do Rio São
Francisco vem de Minas Gerais e 20% do serrado baiano. "Na região mineira
não tem chovido bem. Isso é natural que aconteça, mas não é de uma recorrência
tão grande como as secas do Nordeste, que são recorrentes", explica.
De acordo com o ministro, o momento do
Rio São Francisco é episódico. A realidade da bacia hidrográfica tem sido
outra, com boa recarga na região montanhosa de Minas, acredita-se que a partir
de chuvas deste início de novembro, o Rio São Francisco poderá ter um início de
vazão. Segundo ele, como esse é o momento de testes no projeto, o bombeamento
para um pequeno trecho não interfere em nada a disponibilidade hídrica que tem
no Rio São Francisco hoje.
Ele destaca que houve um estudo feito
com muita profundidade por vários organismos do Estado brasileiro, Ministério
da Integração, Agência Nacional de Água (ANA), para execução do canal.
Francisco Teixeira admite que esse projeto não interfere na indisponibilidade
hídrica do Rio São Francisco, na geração de energia e nem água da Bacia para os
diversos usos. "O rio já viveu esse momento há 80 anos, e quando volta a
chover o rio volta a sua normalidade", completa.
Diário do Nordeste
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