segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Água do Rio São Francisco chegará à barragem do Jati a partir de 2015


A Barragem de Jati deverá receber água no segundo semestre do próximo ano. Com a fase de testes iniciadas no Projeto da Transposição do Rio São Francisco, avançam os serviços nas estações de bombeamento, para os testes na área energética, no eixo leste da obra. A fase seguinte será o encaminhamento das estações de bombeamento no eixo Nordeste, onde se encontra em construção a Barragem de Jati, no Cariri cearense.
No trecho de Jati mais de 400 pessoas estão trabalhando na obra, a maioria dela, jovens da própria região e do município. Há mais de um ano, que o trabalho segue o ritmo contínuo, com turnos 24 horas. A meta é concluir os serviços até o fim de 2015. Iniciada em 2007, a obra deveria estar pronta em 2010.
O titular do Ministério da Integração Nacional (MIN), Francisco Teixeira, que recentemente esteve na região, disse que são mais de 500 metros de eixos, canais, barragens, aquedutos e tubulações que estão sendo feitos.
Testes
Quase 11.500 pessoas trabalham na obra e está sendo colocada água no eixo leste, que não vem para o Ceará e atende o sertão pernambucano e a Paraíba. São os primeiros 15 quilômetros de canal testados, com a estação de bombeamento. A primeira delas, enchendo o primeiro reservatório, que é o de Areias.
Foi o primeiro reservatório cheio, nos 15 km de canal, em fase pré-operacional. Ele disse que serão realizados vários testes de bombeamento. No eixo Norte, há a perspectiva de em breve jogar água nos primeiros 45 km. A estação de bombeamento já se encontra pronta, com os últimos detalhes da parte elétrica sendo feita. "O que está faltando é um pequeno trecho da linha de transmissão, para poder ser concluído para energizar a estação", disse.
Cada local dessas estações funciona em um prédio de quase 20 metros. Com isso, são montados grandes equipamentos hidromecânicos, que são as bombas, além das subestações, que vão alimentar diariamente essas subestações de bombeamento. Segundo o ministro, trata-se de obras grandiosas e complexas, feitas por meio de uma parceria do Ministério da Integração com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
No momento, estão em execução duas estações de bombeamento, uma delas concluída e as outras duas em mais de 70%. Quanto ao atual momento de seca no em vários Estados do Brasil, inclusive no Sul e Sudeste, ele afirma que se está vivenciando um momento de seca generalizado. No Nordeste há três anos, no Sudeste, com alguns meses de seca a ponto de estar faltando água em São Paulo. Cerca de 70% da água do Rio São Francisco vem de Minas Gerais e 20% do serrado baiano. "Na região mineira não tem chovido bem. Isso é natural que aconteça, mas não é de uma recorrência tão grande como as secas do Nordeste, que são recorrentes", explica.
De acordo com o ministro, o momento do Rio São Francisco é episódico. A realidade da bacia hidrográfica tem sido outra, com boa recarga na região montanhosa de Minas, acredita-se que a partir de chuvas deste início de novembro, o Rio São Francisco poderá ter um início de vazão. Segundo ele, como esse é o momento de testes no projeto, o bombeamento para um pequeno trecho não interfere em nada a disponibilidade hídrica que tem no Rio São Francisco hoje.

Ele destaca que houve um estudo feito com muita profundidade por vários organismos do Estado brasileiro, Ministério da Integração, Agência Nacional de Água (ANA), para execução do canal. Francisco Teixeira admite que esse projeto não interfere na indisponibilidade hídrica do Rio São Francisco, na geração de energia e nem água da Bacia para os diversos usos. "O rio já viveu esse momento há 80 anos, e quando volta a chover o rio volta a sua normalidade", completa.

Diário do Nordeste

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