A atuação do presidente da Câmara
Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parece estar cada vez mais difícil. Após o
seu correligionário e presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), avisar que o
projeto da terceirização tramitará o tempo que for necessário na Casa, ao
contrário do que ocorreu na Câmara, senadores começaram a articular a criação
de uma frente suprapartidária com o objetivo de "barrar" pautas
lideradas por Cunha. Dessa forma, Renan acaba tendo respaldo para
"desacelerar" a tramitação do projeto que trata da terceirização do
País.
"Temos
um momento novo na política e um presidente da Câmara que está vindo com uma
agenda extremamente conservadora e de supressão de direitos", disse ao
Estadão o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), um dos articuladores da criação da
frente.
O
senador e 1.º vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), afirmou que
"(é preciso) somar força com o presidente Renan Calheiros no enfrentamento
dessa ameaça que o presidente da Câmara, lamentavelmente, faz".
O
grupo começou a ser formado na semana passada, definiu ao menos quatro pautas
prioritárias para serem discutidas em outro ritmo no Senado: terceirização,
redução da maioridade penal, flexibilização do porte de armas com mudanças no
Estatuto do Desarmamento e o Estatuto da Família, que determina, entre outros
pontos, que apenas a união de um homem e uma mulher pode constituir uma
família. Dessas propostas, apenas a terceirização já passou pela Câmara.
Outro
articulador da frente, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), afirmou ter ficado
"horrorizado" com o fato de Cunha dizer que vai restabelecer a
proposta de terceirização aprovada pela Câmara caso o Senado faça alterações no
projeto.
"É
a primeira vez que vejo uma posição monocrática, como se todos fossem vassalos
dele", disse o pedetista. "Se ele tem esse poder, muito bem, que
exerça, mas nós no Senado temos que cumprir o nosso papel", acrescentou.
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