Um incêndio ocorrido na manhã da última sexta-feira (10), no
centro comercial de Juazeiro do Norte, gerou revolta, medo e preocupação junto à
grande parte dos moradores e comerciantes de Juazeiro do Norte. O fogo, que
destruiu uma loja de tintas e ocasionou prejuízos a diversos outros prédios,
também expôs deficiências e a completa falta de infraestrutura da 1ª Seção do
Corpo de Bombeiros no município. Na unidade, que responde pelo atendimento a 15
municípios da região do Cariri, o contingente é diminuto e os equipamentos
utilizados apresentam problemas mecânicos ou estão sucateados.
A unidade conta, apenas, com dois
caminhões tanque. Um com capacidade de armazenamento de até 8 mil litros de
água. O outro, de menor porte, possui capacidade para até 4 mil litros. Para
que um dos equipamentos possa funcionar, um motor Volkswagen foi adaptado ao
veículo com a finalidade de bombear a água do tanque de armazenamento. Há,
ainda, um veículo de resgate e uma viatura de salvamento. Conforme apurado, os
dois equipamentos apresentam necessidade de revisão mecânica.
Em 2007, quando foi registrado um
incêndio de grande proporção na cidade, autoridades políticas de Juazeiro do
Norte reivindicaram do Governo do Estado a troca de equipamentos e a destinação
de uma escada magirus. Os pedidos realizados jamais foram atendidos.
O incêndio da semana passada só foi
debelado por conta do auxilio recebido de grupamentos de outros municípios,
como Crato e Iguatu, por exemplo. Ao todo, 31 homens do corpo de bombeiros e
cinco veículos foram utilizados. Um caminhão que produz espuma foi cedido pela
brigada de incêndio do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes. O equipamento, no
entanto, estava quebrado.
Para a advogada Flávia Soares, que
coordena um movimento social em prol do reaparelhamento do Corpo de Bombeiros
de Juazeiro do Norte, a situação é de abandono e falta de interesse em resolver
o problema. "Em 2013, a Câmara de Vereadores debateu esse tema. Uma
comissão foi formada e novas solicitações foram feitas. Nada se resolveu. O
secretário adjunto do gabinete do governador, Fernando Santana, estava na
região. Falei com ele por telefone solicitando ajuda para que o incêndio
pudesse ter sido debelado. Ele, num primeiro momento, prometeu fazer algo.
Depois, desligou o telefone e fingiu não saber o que estava acontecendo".
Conforme Flávia Soares, os bombeiros
que atuam em Juazeiro do Norte correm evidente risco de morte por conta do
sucateamento dos equipamentos que utilizam. "A situação é vexatória. Todos
os equipamentos estão sucateados. Não há como o Corpo de Bombeiros continuar
atuando da forma como está no nosso município. Eles (os bombeiros) também podem
se tornar vítimas por conta de todo esse desmando", avaliou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário