sexta-feira, 17 de abril de 2015

Situação em outros municípios difere de Juazeiro do Norte, onde a população solicita providências para Corpo de Bombeiros



Um incêndio ocorrido na manhã da última sexta-feira (10), no centro comercial de  Juazeiro do Norte, gerou revolta, medo e preocupação junto à grande parte dos moradores e comerciantes de Juazeiro do Norte. O fogo, que destruiu uma loja de tintas e ocasionou prejuízos a diversos outros prédios, também expôs deficiências e a completa falta de infraestrutura da 1ª Seção do Corpo de Bombeiros no município. Na unidade, que responde pelo atendimento a 15 municípios da região do Cariri, o contingente é diminuto e os equipamentos utilizados apresentam problemas mecânicos ou estão sucateados.
A unidade conta, apenas, com dois caminhões tanque. Um com capacidade de armazenamento de até 8 mil litros de água. O outro, de menor porte, possui capacidade para até 4 mil litros. Para que um dos equipamentos possa funcionar, um motor Volkswagen foi adaptado ao veículo com a finalidade de bombear a água do tanque de armazenamento. Há, ainda, um veículo de resgate e uma viatura de salvamento. Conforme apurado, os dois equipamentos apresentam necessidade de revisão mecânica.
Em 2007, quando foi registrado um incêndio de grande proporção na cidade, autoridades políticas de Juazeiro do Norte reivindicaram do Governo do Estado a troca de equipamentos e a destinação de uma escada magirus. Os pedidos realizados jamais foram atendidos.
O incêndio da semana passada só foi debelado por conta do auxilio recebido de grupamentos de outros municípios, como Crato e Iguatu, por exemplo. Ao todo, 31 homens do corpo de bombeiros e cinco veículos foram utilizados. Um caminhão que produz espuma foi cedido pela brigada de incêndio do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes. O equipamento, no entanto, estava quebrado.
Para a advogada Flávia Soares, que coordena um movimento social em prol do reaparelhamento do Corpo de Bombeiros de Juazeiro do Norte, a situação é de abandono e falta de interesse em resolver o problema. "Em 2013, a Câmara de Vereadores debateu esse tema. Uma comissão foi formada e novas solicitações foram feitas. Nada se resolveu. O secretário adjunto do gabinete do governador, Fernando Santana, estava na região. Falei com ele por telefone solicitando ajuda para que o incêndio pudesse ter sido debelado. Ele, num primeiro momento, prometeu fazer algo. Depois, desligou o telefone e fingiu não saber o que estava acontecendo".
Conforme Flávia Soares, os bombeiros que atuam em Juazeiro do Norte correm evidente risco de morte por conta do sucateamento dos equipamentos que utilizam. "A situação é vexatória. Todos os equipamentos estão sucateados. Não há como o Corpo de Bombeiros continuar atuando da forma como está no nosso município. Eles (os bombeiros) também podem se tornar vítimas por conta de todo esse desmando", avaliou.


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