Consumidores do Cariri ainda contam com poucas opções de órgãos de defesa para recorrer quando seus direitos são desrespeitados. Praticamente o único órgão que está atuando em Juazeiro do Norte, a Defesa do Consumidor (Decon), tem um quadro de pessoal reduzido e atendimentos limitados para dar conta das denúncias que chegam até o local.
A grande demanda vem crescendo a cada momento. Ano passado, foram efetuadas 1.800 reclamações e este ano já chegam a mais de 400. Mesmo para os que têm a oportunidade de registrar suas denúncias, muitos sequer voltam para finalizar as negociações com as empresas. Consumidores reclamam dos prazos longos para resolver as questões e até afirmam que procuram o órgão por mais de uma vez para ter a oportunidade de realizar registros de queixas.
Segundo a técnica ministerial do Decon, Anny Stefany Leite, diariamente são atendidas no local 10 pessoas, além da realização de mais 10 audiências conciliatórias, agendadas previamente com as partes envolvidas. As reclamações, em grande parte, estão relacionadas à compra de produtos eletrônicos em empresas de cidades da região, além de questões de abastecimentos de água, telefonia, entre outros. Nos últimos meses também têm aumentado as queixas relacionadas às compras premiadas. Consumidores dizem que estão efetuando o pagamento completo das parcelas e sequer estão recebendo o que investiram, em alguns casos.
As audiências para o mês de junho estão sendo marcadas em abril. Para o publicitário Otto Ferreira, que por duas vezes teve que ir ao local para poder registrar a sua queixa, o consumidor precisa de órgãos que possibilitem a resolução de problemas com mais rapidez. Ele esteve no Decon para registrar sua queixa, mas pelo horário que chegou ao local, sempre em torono das 11 horas, não pôde, por estar tarde para receber as fichas de atendimento. "Fui informado que deveria chegar às 5 horas e que eram distribuídas naquele período oito fichas" disse ele, ao se dirigir ao órgão no final de março. Por conta do dia posterior ao feriado, do dia 25 de março, uma quinta-feira, não estava ocorrendo atendimentos, e, na sexta-feira, segundo ele, também não ocorreu por conta do dia imprensado. "Não registrei a denúncia porque não tinha como", afirma o publicitário.
fonte: Diário do Nordeste
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