Em meio à pressão contra os gastos com festas em plena crise de recursos e de seca, pelo menos 24 prefeituras resolveram cancelar as licitações do Carnaval e disseram que não irão mais gastar com o feriado. Um dos últimos a anunciarem a medida foi Maracanaú, que desistiu também do chamado “Carnaval das Cinzas”, que ocorreria de 6 a 8 de março. Em compensação, manterá a festa de de 31 anos de emancipação de Maracanaú, que terá atrações gospel nos dias 6 e 7. Também anunciaram cancelamento das licitações as prefeituras de Aquiraz, Aurora, Farias Brito, Groaíras, Hidrolândia, Itapajé, Juazeiro do Norte, Icapuí, Senador Pompeu, Jaguaretama, Solonópole, Santa Quitéria, Morada Nova, Itatira, Caucaia, Maranguape, Milhã, Umirim, Quixadá, Barro, Tamboril, Crato e Piquet Carneiro.
Isso não significa, no entanto, que o Carnaval passará em branco nessas cidades. Algumas terão festas organizadas por outros setores. Uma funcionária da Prefeitura de Icapuí disse, por exemplo, que uma Organização Não Governamental (ONG) realizará o evento. O POVO tentou contato com a cúpula da Prefeitura, mas, na noite de ontem, não conseguiu confirmar de que forma a ONG iria custear as festas.A decisão de suspender os gastos oficiais com o Carnaval surgiu ou por iniciativa própria ou por provocação do Tribunal de Contas dos Municípios e do Ministério Público, além de casos em que foi preciso determinação judicial para o cancelamento.
Fiscalização
Na última segunda-feira, o TCM havia solicitado de alguns municípios estudos e informações detalhadas sobre a viabilidade econômico-financeira para a realização do Carnaval. De acordo com balanço divulgado na manhã de ontem pela Corte, 44 cidades fiscalizadas vão manter a realização dos festejos, que, juntos, somam R$ 23,3 milhões. Para todas essas cidades, o Tribunal instaurou processos que ainda poderão gerar Tomadas de Contas Especiais, uma apuração mais aprofundada sobre a origem e o destino das despesas. jornal O Povo
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