segunda-feira, 26 de março de 2012

Ciro critica possível candidatura de Elmano à prefeitura de Fortaleza

Depois de tecer duras críticas à situação da educação em Fortaleza, o ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB) reclamou do fato de justo o secretário municipal da Educação, Elmano Freitas (PT), ser o favorito da prefeita, Luizianne Lins (PT) para disputar a sucessão municipal. Ele frisou que a educação pública da Capital está no 180º lugar entre os 184 municípios do Ceará e que o ano letivo em 2011 começou no dia 1º de setembro.

“É isto mesmo? A Luizianne quer levar a debate público uma candidatura majoritária do responsável institucional por uma administração dela sob crítica generalizada na cidade?”, questionou, durante o jantar do PSB, realizado no Náutico na noite da última sexta-feira.

Conforme Ciro Gomes, Elmano Freitas até poderia se explicar, dizendo que não é culpa sua ou que está à frente da pasta há poucos meses. “Mas ele já começa se defendendo! Eu não tenho nada contra o moço, não sei quem é. Nunca ouvi falar neste moço”, explica.

Contudo, Ciro Gomes critica que, embora desconhecido, Elmano já apareça agora como favorito de Luizianne para ser candidato a prefeito. “Ele pode ser superdotado, não quero cometer injustiça. Mas eu conheço a vida de Fortaleza. Um cara que botou o pé na soleira da discussão. Quem é o candidato? ‘Ah, eu sou o candidato da Luizianne’. De onde o senhor veio?”, detona.

Além de criticar os indicadores de educação, ele citou ranking do Ministério da Saúde, no qual Fortaleza aparece no “desonroso” quinto lugar, como pior cidade em matéria de atenção básica. “Por eu ter um estilo agressivo, eu estou tentando me refugiar em números”, argumentou. “Que hora vamos discutir isso? Se o conchavo político prevalecer sobre tudo isso, a política perde o sentido”.

Na ocasião, o irmão do governador Cid Gomes negou que o secretário estadual das Cidades, Camilo Santana, seja o único entre os cinco prefeituráveis do PT que agrada a Cid. “Não há isso. Nós não vamos interferir na mecânica interna do PT. O PT pode lá fazer o que ele quiser”, disse. “A nós (do PSB), cabe também que o PT respeite fazer o que quisermos em relação a esse conjunto de valores que lhe falei”, continuou.

“Coronelismo”

Mesmo afirmando ser amigo de Luizianne, Ciro Gomes comparou mais uma vez a prefeita a um coronel, como o fez no último dia 19 em matéria publicada no site do jornal Estadão. Disse ainda que ela pratica clientelismo. “Os diretores de escola são todos indicados por cartão de político, em pleno século 21, numa das cidades mais modernas do Brasil. Todos os dirigentes da rede municipal de saúde são indicados por políticos, sem qualquer meritocracia ou seleção”, reforça.

Na opinião dele, Luizianne tem prática autoritária. “E esse clientelismo... São mais de 20 mil servidores terceirizados. Isso é esquerda? Isso é prática de século 21? Entregar hospitais e escolas à nomeação de políticos? Isso é prática de coronel”, argumentou.

O POVO tentou falar ontem com o secretário municipal de Educação, Elmano de Freitas, através de sua assessoria de imprensa, que não conseguiu localizá-lo até o fechamento desta página.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

A manutenção da aliança entre PT e PSB para as eleições em Fortaleza fica a cada dia mais comprometida. Desentendimentos e falta de diálogo entre os principais nomes das siglas colocam a continuidade da união em xeque.

Saiba mais

De acordo com Ciro Gomes, na última sexta-feira, houve reunião da alta direção do PSB em Fortaleza, com a presença do presidente e vice-presidente nacionais da sigla, Eduardo Campos e Roberto Amaral, e do deputado federal Márcio França, presidente estadual do partido em São Paulo.

O objetivo, diz Ciro, foi discutir uma situação muito complexa em São Paulo, que é a aliança com o PT. “A inabilidade, a grosseria do PT de São Paulo, fora outros defeitos mais graves, empurrou o PSB para as mãos do PSDB. Só que, com o (José) Serra (como candidato a prefeito), nós da direção nacional não vamos permitir. Ou pelo menos, vamos ponderar para que os companheiros não venham a consumar essa contradição”.

fonte: jornal O Povo

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