domingo, 25 de março de 2012
Uma cultura de paz
Por Emerson Monteiro
Segundo estatísticas governamentais, existem 20 milhões de armas de fogo espalhadas pelo País inteiro, sendo que há uma guerra, e quanto mais armas mais mortes. A cada 12 minutos, uma pessoa é assassinada por arma de fogo. Somos o quarto país do mundo onde mais se mata.
Pesquisa da UNESCO revela que o Brasil é o quinto em um ranking de 67 países com maiores taxas de homicídios entre jovens de 15 a 24 anos. De acordo com relatório da Anistia Internacional, a violência consome 10% do PIB brasileiro.
Por conta de tais elementos, vem se desenvolvendo, desde 22 de dezembro de 2003, com assinatura da Lei n.º 10.826 (Estatuto do Desarmamento), intensa campanha visando recolher armas. Mediante outra grave estatística, dos 51 mil homicídios registrados no Brasil, 70%, ou 36 mil, tiveram como instrumento arma de fogo.
Assim, entidades regionais responsáveis por campanhas em favor da mulher, sindicatos rurais e urbanos, ONG’s, movimento sociais em geral, Polícias Federal, Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, se integraram no movimento, que visa, além de recolher armas mediante retribuições em dinheiro, propagar uma cultura pela paz, a substituir os atuais padrões culturais estabelecidos no Ocidental, onde impera a divulgação da violência, instrumento de ação nos mais diversos meios, desde a vida doméstica à política internacional.
Outras nações que aplicam propostas semelhantes iniciam a colheita dos frutos favoráveis, como ocorre na Inglaterra, na Austrália e no Japão.
Mitos arraigados na população de que as armas de fogo são patrimônios de defesa da integridade pessoal não prosperam quando avaliados pelas estatísticas. Em cada 10 cidadãos que reagem a assaltos ou agressões de marginais um apenas obtém sucesso, deixando, pois, os agressores por responsáveis pelas vítimas inertes. Quanto a se considerar que, em face do recolhimento das armas, bandidos desfrutariam de inteira vantagem com relação ao comum dos cidadãos, segundo dr. Eduardo Jorge é um dado inconsistente, porquanto caberá aos governos atitude repressora à altura do desafio que se apresenta, para recolher, pelo uso da força, o potencial ofensivo dos fora-da-lei.
Outro dado preocupante é saber-se que 50% dos acidentes com arma de fogo se dão pelo porte de armas no seio da grande população civil, acarretando dispêndio da ordem de 25% de todos os recursos investidos na saúde pública nacional nos tratamentos das vítimas ocasionais.
Portanto, há urgente necessidade desta campanha, o que vale pelo início de atividade permanente de propagação, através de outra educação, dos novos valores da paz social entre todos, no seio da coletividade.
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