O bispo da cidade do Crato, Dom Fernando Panico, falou sobre a polêmica venda de casas da Diocese e a permanência da cobrança de aluguéis. Panico nega as acusações de estelionato e afirma que os alugueis estão sendo "cedidos" pelos novos donos.
O bispo é suspeito de vender os imóveis sem dar preferência aos moradores antigos e por um preço bem abaixo do mercado. Além disso, a Polícia Civil investiga suposto estelionato, já que a Diocese teria continuado a receber os aluguéis mesmo depois da venda das casas.
Bispo nega estelionato
A Diocese não confirma o número de imóveis vendidos. Porém, admite o negócio e afirma que o dinheiro da venda foi usado na manutenção de imóveis maiores. Como o Seminário São José onde moram e estudam jovens que serão padres.
Dom Fernando Panico comanda a Diocese da cidade há 13 anos. Ele é o 5º bispo da Diocese do município. Panico afirma que os alugueis continuaram serem cobrados porque houve um acordo com os novos donos. “Não houve nenhum crime de estelionato, pois os alugueis que a Diocesse recebia continuam recebendo porque os que compraram as casas cederam para a Diocese. Não há estelionato."
Inquilinos
O funcionário público Carlos Pedro Bacurau mora há 37 anos em uma casa alugada pela Diocese do município. Há pouco tempo, ele descobriu que a casa foi vendida. Para ele a Diocese desrespeitou o direito de preferência dos inquilinos. “É tão triste o que acontece com a gente. Sou familiarizado aqui nesta rua há muito tempo. A casa foi vendida por R$ 60 mil. Pouco antes da venda nós tinhamos dado uma oferta de R$ 280 mil”, lamenta.
Mesmo com a venda os inquilinos continuaram a pagar aluguel para a Diocese. Por isso que a Policia Civil começou a investigar a suspeita de estelionato. Na semana passada, o Bispo foi chamado a delegacia para prestar depoimento.
"O inquérito policial está instaurado. Vamos continuar a investigação até o final e com a coclusão no relatório, a autoridade policial vai se pronuciar a cerca dos fatos”, explica o policial civil Mário Gomes.
Vendas canceladas
O bispo reconhece que não foi respeitado o direito de preferência pelos inquelinos e diz que algumas vendas vão ser desfeitas. "Deviam ter sido informados e também saber se eles queriam ter o direito de preferência para ter o imóvel. Mais uma vez reconheço essa falta administrativa. A Diocese usa uma imobiliária para tratar desses assuntos e de outros recursos humanos para resolver as coisas. Eu não posso ficar todo tempo sabendo de tudo. E opinar sobre tudo”, disse.
fonte: G1
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