Um dos dados que chama a atenção é o da frequência de usuários das bibliotecas pelo país. Na média, o número é de 420 visitantes por mês. Levando-se em conta apenas os dias de semana (cerca de 22 em um mês) a média nacional de visitantes é de 19 pessoas por dia. Se já não fosse esse número inquietante, vale ressaltar que uma porcentagem expressiva (22%) dos estabelecimentos mantém uma média ínfima de visitas mensais, não chegando a 50 pessoas por mês. Em contrapartida, bibliotecas de grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Salvador puxam essa média para cima, já que suas frequências de acesso variam entre 400 e cinco mil usuários mensais.
Galeno Amorim, diretor geral do Observatório do Livro e da Leitura, diz que os números demonstram anos de descaso em políticas públicas para o setor. “Uma pesquisa como essa costuma trazer boas notícias e outras não tão boas. Os dados atualizam cenários que foram traçados há alguns anos no Brasil. A situação das bibliotecas continua de precariedade por não terem sido implementadas políticas públicas robustas para enfrentar o descaso com o setor nos últimos anos”.
Na pesquisa, 52,5% das bibliotecas eram de escolas municipais. Bibliotecas comunitárias correspondiam a 16,3% dos estabelecimentos (considerou-se biblioteca comunitária espaços mantidos por instituições de caráter público). E em menor número estavam as instituições escolares públicas (11,22%), públicas estaduais (4,41%), escolares privadas (2,4%), rurais (2,81%), de universidades (3,41%), órgãos públicos (1,8%), mantidas por empresas públicas ou privadas (1,4%) e outras (3,81%). Estima-se que o Brasil tenha um número de instituições, nesse universo, superior a 120 mil.
Em relação à distribuição geográfica tem-se o seguinte cenário: 34,6% das bibliotecas entrevistadas estão situadas na região Sudeste, com destaque para os estados de São Paulo (14,3%) e de Minas Gerais (13,7%). O Nordeste vem logo em seguida com 32,4%.O Centro-Oeste e o Norte possuem poucas bibliotecas na amostra, chegando a, respectivamente, 6,8% e 5,6%.
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