quinta-feira, 24 de abril de 2014

Prefeito e mais três são presos; vice de 24 anos assume o Executivo

A cidade de Aiuaba, que desde o começo do ano vive em forte clima de tensão política, viu serem presos ontem o prefeito, Airton de Araújo (Pros), o secretário de Finanças, o tesoureiro do Município e um irmão de Airton. Eles são acusados de fraude em licitações, lavagem de capitais, peculato, formação de quadrilha, desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito, segundo informações do Ministério Público Estadual (MPE).
Com a situação, a vice, Germana Rafaela Araújo (PSD), de apenas 24 anos, teve de assumir emergencialmente o comando da gestão. Ainda cabem recursos contra a prisão, determinada preventivamente pelo desembargador Haroldo Máximo.

Além das prisões, a Justiça expediu sete mandados de busca e apreensão, por meio do qual foram capturados documentos e extratos bancários. A Polícia Civil também achou um revólver calibre 38 na casa do prefeito e outra arma na residência de um familiar. Houve flagrante de porte ilegal de arma.

O promotor Luiz Alcântara, da Procuradoria dos Crimes contra aAdministração Pública (Procap), ressaltou que o processo corre em segredo de justiça e que os detalhes do caso ainda não podem ser divulgados. Ele relatou, no entanto, que os documentos apreendidos apontam indícios de “dezenas de pagamentos irregulares” feitos em 2013 a empresas e processos licitatórios irregulares envolvendo várias secretarias. Segundo Alcântara, ainda não é possível mensurar o suposto dano aos cofres públicos.

Defesa e acusação
O vereador Dudu Clisanto, integrante da base aliada de Airton, acompanhou os gestores na Delegacia de Assaré, para onde os presos foram levados provisoriamente. O parlamentar saiu em defesa do prefeito e ressaltou que o ex-prefeito de Aiuaba, Ramílson Araújo – primo de Airton e hoje seu adversário político – tinha influência na administração e ocupava função na assessoria financeira do Município. Conforme O POVO publicou em janeiro de 2014, Airton acusou publicamente seu antecessor de querer tomar as decisões da Prefeitura. Questionado se as investigações identificaram participação de Ramílson nas supostas irregularidades, o promotor Luiz Alcântara disse que, por enquanto, não é possível fazer afirmações sobre o caso.“Nem se pode dizer que há, nem que não há (corresponsabilidade). Apreendemos a documentação e vamos verificar. Todos aqueles que cometeram ilegalidades serão responsabilizados”, ressaltou o promotor.

O POVO procurou Ramílson Araújo por telefone. Ele atendeu a ligação, mas disse que estava em reunião e não poderia dar entrevista. Depois, O POVO não conseguiu mais contato
Jornal O Povo 


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