terça-feira, 28 de junho de 2016

112 casos de ataques de animais peçonhentos no Cariri em 2016

No final da última semana, um aposentado de Várzea Alegre foi atacado por abelhas e, apesar de ser medicado e internado, não resistiu e faleceu. Foi a primeira morte por animais peçonhentos em 2016, na região. 

Mas, acidentes dessa natureza são mais comuns do que se imagina e causam preocupação. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) repassados pela Secretaria de Saúde do Estado apontam altos índices no número de acidentes por animais peçonhentos. Do início do ano até a primeira quinzena de junho, os nove municípios que compõem a Região Metropolitana do Cariri (RMC) registraram 112 casos, dos quais 68 aconteceram em Barbalha, representando 60,7% do total. 

No ano passado, o município registrou 120 casos e a RMC, 247. De acordo com o veterinário Elismar Vasconcelos, responsável pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Barbalha, a incidência com animais peçonhentos na região é considerada alta. Como explicou, tanto os lixos nas ruas como a incidência de chuvas, junto às alta temperaturas, são motivos que contribuem para o aparecimento de animais peçonhentos. Daí, os especialistas aconselharem à população o cuidado com a limpeza de suas casas e o contato com áreas com cobertura vegetal.

Segundo os biólogos Roque Brito e Edmílson Silvestre, do Centro de Zoonoses de Crato, o primeiro a se fazer em casos de acidentes por animais peçonhentos é lavar o local atacado com sabão e água corrente. Após isso, a vítima deve procurar um hospital para que receba medicamento. Segundo eles, o país enfrenta, atualmente, dificuldade na produção da vacina, o que ocasiona sua falta em alguns estabelecimentos de saúde. 

No Cariri, hospitais como o Hospital Regional do Cariri e o Hospital São Camilo, situados em Juazeiro e Crato, respectivamente, são capacitados para receberem as vítimas deste tipo de acidente. Entre os animais considerados peçonhentos estão abelhas, aranhas, escorpiões e cobras. Os dois últimos são os principais responsáveis pela maioria dos acidentes registrados na região. Em nota do Ministério da Saúde enviada à Secretaria de Saúde do Ceará foi informado que o Estado, em meados de julho, não receberá os frascos de soro antivenenos. O problema se dá por conta de atrasos dos laboratórios produtores, o que acarreta na falta de distribuição.

- Jornal do Cariri

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