Entre os detidos estão os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira. Eles são donos do Cessna Citation PR-AFA, aeronave envolvida no acidente que matou o ex-governador. Foi a partir do avião que a PF descobriu operações suspeitas na conta de empresas envolvidas na aquisição.
Segundo a PF, o recursos ilícitos que podem ter alimentado as campanhas de 2010 e 2014 de Campos foram repassados via Fernando Bezerra Coelho, ex-ministro da Integração Nacional cuja campanha ao Senado também é suspeita de ter recebido verba ilegal. “Indicativo que temos, apesar de não ser o foco da nossa investigação, é que Fernando Bezerra Coelho tenha sido a pessoa encarregada de colher os valores do percentual devido para as campanhas do ex-governador Eduardo Campos, em 2010 e 2014”, afirmou Andréa Albuquerque, que comandou a operação.
Segundo a delegada, Bezerra Coelho recebia o recurso ilícito da empresa Câmara & Vasconcelos Locação, envolvida na compra da aeronave Cessna e já citada em delação premiada pelo doleiro Alberto Yousseff, recebeu R$ 18,8 milhões da empreiteira OAS por suposta locação e terraplanagem nas obras de transposição do São Francisco.
Este montante, segundo os investigadores, pode ter servido à aquisição da aeronave e também para outras despesas de campanha. A operação Turbulência compartilhou informações com a Lava Jato.“Vimos que a movimentação financeira não foi só para a compra do avião. Eles (empresas de fachadas e laranjas, segundo as investigações) intercambiavam muito entre si. Desde 2010 as empresas tinham transações volumosas, que se intensificaram em 2014. Por coincidência ou não, as transações caíram após o acidente”, detalhou a delegada Andréa Albuquerque.
Os dados sobre o pagamento de R$ 18,8 milhões da OAS à Câmara & Vasconcelos estão em um dos quatro inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal tendo Fernando Bezerra Coelho como investigado. O esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que teria financiado a compra do avião, segundo a PF, se utilizou no total de 18 contas bancárias, entre pessoas físicas e jurídicas. (agências de notícias)
Saiba mais
Além das campanhas presidenciais e para governador, a polícia suspeita que recursos foram injetados também na campanha ao Senado de Fernando Bezerra. Ele repudia “a incorreta vinculação do nome dele à “Operação Turbulência”, uma vez que o senador não é sequer mencionado nos autos desta investigação”. “Bezerra diz que não foi coordenador das campanhas de Campos, à Presidência da República, nem em 2010 nem em 2014; não tendo, portanto, exercido qualquer função financeira”.- Jornal O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário