Por Fernando Brito, no Tijolaço
Não é fácil deixar para trás um convívio diário de mais de 20 anos. Ainda que se tente, porque a vida exige que se caminhe para ter caminhos, as coisas vão conosco.
Ou como fardo, ou como asas.
Hoje, 12° aniversário da morte de Leonel Brizola, só tenho a agradecer o que ele me deu.
Não foi emprego público, não foi carreira política, não foram bens, exceto um agora velho casaco de brim que, um dia, ele esqueceu num estúdio de televisão, numa das últimas vezes que fez uma gravação em que eu o torturei a falar em exatos oito segundos – uma frase, só, coitado – para já nem me lembro qual chamada de TV do PDT.
Claro que avisei a ele, mas também avisei que não ia devolver, porque queria ter algo dele e até as fotos eram raríssimas, por eu ter completa alergia à papagaiagem de pirata.
Mentira minha, ele me deu algo muito maior: o privilégio de viver, no centro dos acontecimentos, duas décadas decisivas da história de meu país.
Não vou aborrecer o leitor e a leitora com minhas saudades de alguém que nunca entendi completamente e que, tenho certeza, também nunca me entendeu por inteiro, o que jamais impediu, porém, de termos confiança absoluta um no outro, pela identidade de sentimentos e sonhos.
Pedindo desculpa pela falta de qualidade das imagens, do texto e do locutor improvisado que este blogueiro teve de tentar ser, coloco aí embaixo o vídeo que fiz, muitos anos atrás, para um dia como o de hoje, aniversário da morte do velho Briza, com quem aprendi que política não se faz sem honra, sem paixão e sem teimosia.
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