Eles abrem mão do conforto dos grandes centros urbanos e das salas de aula minimamente estruturadas rumo ao interior do Ceará. Do Brasil. Lecionam onde a necessidade chama.
Por aqui, somam-se num montante considerado o segundo maior do País. São em 15.516 os professores cearenses atuantes na educação básica (creche ao pré-universitário) da zona rural e com nível superior completo. Apenas Minas Gerais tem mais docentes com este perfil (19.302).
Em todas as Unidades da Federação (UFs) e Distrito Federal, são 182.808 profissionais com diploma ministrando aulas no campo. O Ceará concentra 8,48% deste total. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e referem-se ao ano de 2011, dentro do Censo Escolar.
Conforme O POVO mostrou ontem, a formação da população docente é considerada um dos pontos fortes para um sistema de ensino de qualidade - seja ele público ou privado. É o que prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). É também o que apontam especialistas da área.
Chefe do Departamento de Teoria e Prática do Ensino da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ana Paula de Medeiros Ribeiro classifica o levantamento do Inep como alentador.
Mas pondera. “Temos que ficar alertas em relação à qualidade da formação inicial ofertada. A formação do professor em nível superior não deve ser simplesmente uma determinação legal. Se assim for encarada, teremos em um futuro bem próximo um quantitativo significativo de professores com formação em nível exigido, porém, qualitativamente, muito aquém do esperado”.
jornal O Povo
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