domingo, 13 de maio de 2012

PT nacional quer ter o poder de veto nas candidaturas, incluindo Fortaleza

As candidaturas do PT nas cidades com mais de 200 mil habitantes, o que inclui Fortaleza, deverão ser homologadas pela cúpula nacional do partido, dando meios para que ela vete candidaturas próprias e imponha aliança com outras legendas sem precisar intervir formalmente nos diretórios municipais. A resolução é fruto de um entendimento da executiva nacional, mas ainda precisa ser homologada pelo diretório nacional do PT, que se reunirá no próximo dia 18 de maio, em Porto Alegre.

A resolução busca atrair o apoio de outras siglas ao candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, que tem tido um fraco desempenho nas pesquisas de intenção de voto. Segundo o deputado Antônio Carlos (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa, a medida apenas "resguarda a decisão das executivas municipais".

Ele diz não acreditar em uma intervenção nacional em Fortaleza, onde o pré-candidato a prefeito da preferência de Luizianne Lins, seu secretário de Educação Elmano Freitas, é rejeitado pela maioria do PSB. "A tradição do PT é de não intervenção nos diretórios. A expectativa é que essa tradição se mantenha", diz Antônio Carlos.

O deputado lembra que, em 2004, o PT nacional não interveio em Fortaleza, quando Luizianne decidiu concorrer à Prefeitura no momento em que uma grande ala do PT preferia apoiar o então candidato do PCdoB, Inácio Arruda, que tinha melhor desempenho nas primeiras pesquisas. "Havia aqui uma disputa muito mais acirrada, e não houve intervenção nem da executiva estadual nem da nacional. Acho que o partido não tomaria uma decisão dessas para retroagir", crê Antônio Carlos.

Desistência

Mas o PT interveio em outras ocasiões para garantir composições nacionais. Em 1998, por exemplo, o partido vetou a candidatura de Vladimir Pereira a governador do Rio de Janeiro em troca do apoio do PDT à candidatura presidencial de Lula. Em 2010, para garantir o apoio do PMDB a Dilma Rousseff, a direção nacional ordenou que o PT do Maranhão desistisse de apoiar Flávio Dino (PC do B) ao governo em favor da peemedebista Roseana Sarney.

"O que a Executiva Nacional está dizendo com essa resolução é que vai querer discutir as candidaturas nos municípios. E a prefeita Luizianne sempre esteve em contato com o presidente do partido, Rui Falcão. Essa sintonia é importante, mas sem intervenção", diz Antônio Carlos.

Já o deputado José Sarto (PSB) vê a decisão como uma intervenção branca do PT nacional para assegurar a presença do PSB e do PMDB na chapa do governo para a eleição presidencial de 2014.

Que escute os principais aliados e, se necessário, apoie candidaturas, acrescenta Sarto. "Se apresentarmos uma candidatura própria, será uma alternativa, e não uma candidatura opositora ao projeto do PT. Se no segundo turno nossa proposta for mais bem recebida, o PT pode nos apoiar. Se não, nós nos apoiaremos", diz o socialista.

DN

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