Com várias reuniões previstas, hoje deve ser um dia decisivo no Congresso. Enquanto a oposição se reúne para tentar um acordo que viabilize de vez a criação de uma CPI mista para investigar denúncias envolvendo a Petrobras, o PT concentra esforços para enfraquecer o movimento e tentar convencer senadores que assinaram o pedido de criação da CPI a voltar atrás.
Também há expectativa em relação à nova articulação política do Planalto no Congresso, com a posse do ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini - visto como mais talhado para o posto do que a agora secretária dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti.
“Estamos trabalhando na perspectiva de que a CPI não se instale. Vamos ver se é possível que pessoas que não estejam plenamente esclarecidas quanto ao andamento das investigações que já acontecem possam reavaliar o posicionamento”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Os líderes governistas estão empenhados em identificar que razões estão por trás das assinaturas de membros da base no pedido de investigação. “O fato de alguém não assinar a CPI não quer dizer conveniência com a impunidade, as investigações mais sérias já estão em andamento”, reforçou Costa.
Paralelamente ao fato da instalação de uma comissão mista não se confirmar na Câmara e no Senado, o partido do governo está pronto, para, pelo menos, ampliar a pauta para que também sejam apuradas denúncias envolvendo nomes ligados a outras legendas.
O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), foi além e incluiu no rol citado pela ex-ministra da Casa Civil, denúncias envolvendo o Porto de Suape (PE) e a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
“Essa seria uma manobra aloprada que não tem qualquer respaldo no regimento interno (do Senado). É uma tentativa de não investigar a Petrobras. Se quiserem fazer outra CPI, que façam”, criticou o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP).
De acordo com a secretaria-geral da mesa do Senado com base numa decisão do STF, que, em 2007, permitiu a ampliação do objeto de investigação da CPI dos Correios, é possível estender o motivo da criação da comissão. Basta que os parlamentares recolham o número mínimo de assinaturas exigidas para uma CPI 27 senadores e 171 deputados- em um requerimento solicitando a ampliação do objeto.
Para o PT, a estratégia pode diluir resquício eleitoreiro nas investigações. A fala dos líderes do partido é a de que, diferentemente dos casos envolvendo a administração tucana, o governo admite a possibilidade de erros na condução de negócios da empresa. (das agências de notícias)
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