A falta de segurança pública nos centros urbanos do Interior do Ceará é evidenciada diariamente com o registro de ocorrências de assaltos e roubos praticados contra pessoas, lojas, agências bancárias, casas lotéricas, Correios e caixas rápidos.
O fenômeno crescente da insegurança vem ocorrendo também na zona rural. Por isso, moradores e comerciantes das vilas, dos distritos e das comunidades isoladas vivem assustados, pois estão sendo vítimas da violência na região.
As vilas rurais também vivenciaram um período de crescimento na última década. A população aumentou e houve a necessidade de abertura de lojas e de prestação de serviços diversos para atender às demandas dos consumidores. A expansão do serviço bancário, antes restrito às cidades, chegou aos distritos, com a instalação de postos avançados que realizam serviços diversos de pagamentos e recebimentos de dinheiro.
Tal crescimento populacional e a expansão do comércio não foram acompanhados, entretanto, por investimentos em segurança pública. Um exemplo ocorre na Vila São Pedro, na zona rural do Município de Jucás, localizado na região Centro-Sul, com mais de quatro mil habitantes. "Aqui não existe policiamento", lamenta o comerciante Raimundo Flávio Bezerra da Silva, que, no último Sábado de Aleluia, foi mais uma vítima da ação de assaltantes.
"Os bandidos atiraram contra mim, mas acertaram o freezer e depois dispararam pra cima e levaram todo o dinheiro que havia no caixa", contou Flávio Bezerra. A mulher dele, que estava no caixa no momento da ação dos assaltantes, ficou muito nervosa. "Não se tem mais a paz e o sossego que eram característicos das áreas rurais", observou o aposentado Francisco Ribeiro. "As casas tinham portas simples, mas agora são reforçadas com grades de ferro, e todos os moradores vivem preocupados e assustados quando passa um desconhecido", destaca.
No Mercantil Flávio, na Vila São Pedro, funciona há um mês o Correspondente Bancário, um posto da Caixa Econômica Federal que realiza serviços diversos: abertura de contas, empréstimos, pagamento de cartão de crédito, de boletos e duplicatas, de parcelas do Seguro Desemprego, aposentadorias e pensões, transferência e depósitos até no valor de R$ 1 mil.
Os assaltantes não esperaram sequer completar um mês de funcionamento e já agiram contra a unidade bancária. Há também um caixa fácil do Bradesco Expresso, instalado em uma loja de confecções.
Apesar do assalto do qual foi vítima, Flávio não pensa em pedir o cancelamento do contrato com a Caixa Econômica. "Não dá lucro, mas atrai clientes e existe a prestação de serviço para os moradores", observou. "Sem o caixa fácil, as pessoas têm de se deslocar para as cidades de Jucás ou Iguatu", completa.
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