segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

BICBANCO MOSTRA FORÇA ECONÔMICA EM PLENA CRISE DO MERCADO MUNDIAL




Por: Donizete Arruda/Site Ceará Agora

O banco cearense BicBanco completou setenta anos e mostra pleno vigor econômico mesmo com a grave crise vivida pelos mercados mundiais. Em ampla reportagem publicada na edição desta semana da revista IstoéDinheiro, o presidente BicBanco revela os planos de crescimento e festeja os números consistentes que colocam a instituição financeira entre as seis maiores do Brasil. Leia mais sobre esse assunto em matéria da revista IstoéDinheiro:


NÃO É TODO DIA QUE UM banco brasileiro faz 70 anos. O Bicbanco, fundado em 1938 em Juazeiro, no Ceará, comemorou o recém- completado aniversário na elegante Casa Fasano, em São Paulo. A sisudez do ambiente e a solenidade típica de momentos como esse ficaram do lado de fora. O banqueiro José Bezerra de Menezes fez um pedido inusitado aos convidados: sorrisos, muitos sorrisos. “Gente, faz tempo que não vejo os dentes de vocês”, disse ele, empenhado em espantar os maus fluidos da crise econômica global e seus impactos na economia brasileira. Prevenido, garantiu seu intento ao chamar o astro convidado para animar a festa, o humorista Tom Cavalcanti.

O bom humor é uma característica forte em Binho, como é chamado o presidente do Bicbanco. Nem mesmo a recessão nos países ricos e a criação de megabancos no País, com a fusão de Itaú e Unibanco e a compra do Real pelo Santander, que acirram a concorrência local, são capazes de tirar o seu sono. Ao contrário, são fatos que funcionam como um poderoso estimulante. Na crise, ele enxerga o que os chineses vêem há milhares de anos: a oportunidade. “A economia brasileira andava feito um carro a 200 km por hora”, compara, “e teve de dar uma brecada”. Mas não parou nem vai parar de vez. “Perdemos velocidade, mas daqui a pouco haverá uma aceleração. Os empresários que perceberem isso antes voltarão a fazer negócios e iremos tirar proveito dessas oportunidades”, diz ele.

Para Binho, os bancos médios têm um papel muito importante na crise, pois chegam aonde os grandes se retraem. E é aí que a fusão dos quatro maiores concorrentes privados abre espaço para instituições como o Bicbanco, sediado em São Paulo e com atuação em quase todos os Estados.

Toda fusão, para ter sentido econômico, implica redução de despesas e da superposição de agências e de clientes. “Um mais um não é igual a dois”, raciocina. A redução natural da oferta de crédito por parte dessas instituições para determinadas empresas abre mercado para bancos menores e mais ágeis. O Bicbanco, especializado no segmento de médias empresas, com faturamento anual de R$ 30 milhões a R$ 300 milhões, está atento. Enquanto busca seu novo equilíbrio – a demanda por empréstimos reduziu-se para todos –, prepara-se para crescer com maior vigor quando a economia retomar o ritmo. “A crise funciona como uma ida ao spa. A gente perde alguns quilos e volta com mais disposição e energia”, compara.

Sem fazer muito alarde e sem operar no varejo, o Bicbanco cresceu a ponto de se tornar o sexto maior banco nacional de capital privado. Nos últimos quatro anos, seus ativos cresceram 142%, chegando a R$ 13,2 bilhões. Destes, 74% são operações de crédito. O patrimônio líquido triplicou em dois anos, para R$ 1,7 bilhão, e o lucro líquido quadruplicou, para R$ 300 milhões até setembro último. Com sete décadas de história para contar aos investidores, o Bicbanco abriu o capital na bolsa em 2007, com a emissão de R$ 907 milhões em ações. Como muitos outros, aproveitou a baixa das cotações nos últimos meses para recomprar ações. Ao contrário de muitos concorrentes, não se envolveu na oferta de arriscadas operações de derivativos cambiais aos clientes. “Nunca fomos afeitos a modismos, a ondas”, lembra Binho.

Segundo a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s, a estratégia do Bicbanco é “clara, focada e consistente”. Empresa familiar, sob o comando da terceira geração da família Bezerra de Menezes, o modelo de gestão combina a presença constante do dono com a de executivos profissionais. Na maioria das vezes, os proprietários das médias empresas são os interlocutores do banqueiro, o que traz vantagens no relacionamento em comparação ao atendimento oferecido pelos grandes bancos. Muitas decisões são tomadas por um comitê de crédito em reuniões virtuais, com o uso do telefone celular de última geração. “Fazemos feijão-com-arroz, mas com muita tecnologia”, diz Binho.

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