terça-feira, 1 de maio de 2012

18 anos sem Ayrton Senna

O feriado de 1º de maio não é o mesmo de outros tempos. O Dia do Trabalho, que sempre foi de festa e de luta os trabalhadores, foi marcado por um dos episódios de maior comoção da história do Brasil. Isso porque, num dia como hoje, em 1994, na cidade italiana de Imola, província de Bolonha, Ayrton Senna encontrou a morte enquanto guiava sua Williams.

Com status de herói nacional, Ayrton era exemplo de brasileiro em um País sofrido e desacreditado. E foi com honras de chefe de Estado que o Brasil se despediu de seu ídolo tricampeão mundial de Fórmula 1 (1988, 1990 e 1991).

Juntamente com pilotos como Emerson Fittipaldi, bicampeão, e Nelson Piquet, tricampeão, Senna fez do Brasil a “pátria da velocidade”, muito por conta de um futebol carente, que passou por um jejum de 24 anos sem vencer a Copa do Mundo.

Parado no tempo

Entretanto, é em um novo cenário que a memória de Ayrton é cada vez mais forte.

O legado brasileiro não aproveitado impressiona. Em menos de duas décadas, o País conquistou oito títulos mundiais, incluindo a “Era de Ouro”, quando o Brasil, em 10 anos, de 1981 à 1991, conquistou seis Mundiais de Fórmula 1. Foram dois tricampeonatos, um com Nelson Piquet (1981, 83 e 87) e outro com Senna. Contudo, desde a última conquista, em 1991, há uma lacuna de 21 temporadas sem conquistar um título na categoria.

Hoje, Felipe Massa e Bruno Senna – sobrinho do tricampeão – pilotam sob a pressão de recolocar o País no caminho das vitórias. Isso porque, o Brasil vive o segundo maior período sem vitórias. São 46 corridas sem ganhar, desde o triunfo de Rubens Barrichello, em Monza- 2009, com a Brawn GP – atualmente, equipe e piloto já estão fora da categoria –. No maior jejum, foram 109 GPs, marca que pode ser quebrada em três anos.

Frustrações

Não foi por falta de pilotos que o Brasil perdeu espaço na Fórmula 1. Desde a década de 1990, 14 brasileiros entraram na categoria. Quatro deles passaram por equipes de destaque (Nelsinho Piquet, na Renault, Antônio Pizzonia, na Williams, e Felipe Massa e Rubens Barrichello, na Ferrari, Rubinho ainda teve chance na Brawn GP) e apenas dois venceram – Rubens e Felipe.

Nas últimas duas décadas, esses dois pilotos foram os únicos que chegaram com chances reais de faturar o título mundial. Em 2008, Massa ultrapassou a linha de chegada como campeão, mas perdeu após a ultrapassagem do Inglês Lewis Hamilton sobre o alemão Timo Glock, na derradeira curva do GP Brasil. Barrichello, que já havia sido vice-campeão duas vezes, somente em uma temporada teve chances reais de título. Em 2009, o piloto disputou o título até a penúltima etapa, quando Button saiu vencedor.

Esperança

Velha “fábrica” de pilotos, o esporte a motor brasileiro deposita suas esperanças em dois nomes. O baiano Luiz Razia e o brasiliense Felipe Nasr carregam as aspirações tupiniquins.

Atualmente, Razia e Nasr duelam na GP2. O baiano, que tem a carreira ligada à Red Bull Racing, é o vice-líder do campeonato. Luiz soma 83 pontos, 24 a menos que o italiano Davide Valsecchi.

Com forte aporte financeiro e atual campeão da Fórmula 3 Britânica, Felipe Nasr esteia na categoria e, embora oitavo na tabela de classificação (28 pontos) já é um dos destaques da temporada.

Além deles, o automobilismo brasileiro aposta em Cesar Ramos e Pedro Nunes também merecem atenção destacada dos torcedores brasileiros.


DN

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