Os animais no interior do Ceará sofrem com a falta de pasto e água, consequência da estiagem registrada neste ano. Os criadores passaram a vender os rebanhos com preço mais baixos que o normais para pecuaristas de outros estados do Nordeste.
João Renan Pedrosa teve que se desfazer do rebanho que produzia leite para não perdê-lo. Cada vaca foi vendida por R$ 1.000. Segundo Pedrosa, o animal vale R$ 2.500. “Nós nos criamos criando gado, né? Depois de uma dessa, só tristeza no coração”, lamenta Pedrosa. As vacas foram vendidas para Giovane Lacerda que tem clientes no Piauí e no Maranhão.
Segundo o comprador, o efeito da estiagem vai fazer subir o preço da carne nos próximos meses. “O nosso rebanho aqui (Ceará) vai diminuir uns 80%. Esse gado seria engordado neste inverno e a gente abastecia o mercado o ano inteiro”, afirma.
Uma das piores situações do gado é a de Independência, no Sertão dos Inhamuns. Animais mortos viram alimentos para urubus, quando não, a fome revela os ossos sob a pele dos animais. Sem pasto, os animais são alimentados com ração, que é pouca. “ O rebanho está todo magro, capaz de não suportar mesmo. Muito triste um negócio desse, demais mesmo”, conta o auxiliar Francisco Lima.
Uma das poucas plantas que resistem às condições do sertão, a xique-xique, vira alimento para os animais. No assentamento Juazeiro, em Independência, para tirar os espinhos e saciar o rebanho, os criadores queimam a planta. “É difícil, mas é o jeito a gente batalhar para poder sustentar os bichinhos. Vai pelejando, vendendo uns para ir se alimentando também e, assim vai continuando a vida, né?”, diz vaqueiro Antônio Alves Portela.
Alguns criadores desistiram e resolveram vender tudo. O preço da ração subiu muito e fica difícil alimentar os animais. A saca da torta de algodão, um dos principais componentes da ração, passou de R$ 25 para R$ 45 de junho de 2011 até agora.
G1
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