Explicar a realidade espacial da região do Cariri, e, em particular tentar compreender a metrópole caririense que a cada dia se amplia em tamanho e importância.
É esse o objetivo do Grupo de Estudo Espaço Urbano da Região do Cariri, ligado ao Laboratório de Estudos e Pesquisa em Espaço Urbano e Cultura Regional (LEPEUC) do Curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri (URCA).
O grupo formado por professores e estudantes vem discutindo algumas intervenções no espaço urbano. Outro ponto seria o de avaliar o atual momento espacial na Região do Cariri.
Para o professor Ivan da Silva Queiróz, Professor de Geografia Urbana do Departamento Geociências da URCA, Doutorando em Desenvolvimento Urbano e Regional pela UFPE e coordenador do laboratório, o GEURB vem discutindo o fenômeno espacial aliado ao momento atual do Cariri de pleno desenvolvimento econômico.
“A Região do Cariri vem crescendo, isso é notado, mas, quais são as consequências desse crescimento?”, indaga Ivan Queiróz.
Para o professor a criação da Região Metropolitana do Cariri foi importante, mas nossa região precisa se preparar no aspecto urbano para os novos desafios que são colocados pela região metropolitana e pelo desenvolvimento econômico.
Um ponto alertado pelo professor é a questão da mobilidade e acessibilidade, pontos delicados nos municípios, e que poucos gestores vem se debruçando na procura de soluções para esses problemas.
Outra questão relevante é a habitacional. O crescimento de algumas áreas vem mostrando o alavancamento da especulação imobiliária, fazendo com que segmentos populares sejam afastados do centros urbanos.
“Um exemplo disso é o bairro Frei Damião, em Juazeiro do Norte, que vive um momento particular de crescimento de seu entorno, fazendo com que os imóveis aumentem os preços. As pessoas estão tendo que sair de lá para outros lugares mais distantes”, explica.
O professor alerta que a especulação imobiliária, entretanto, atinge vários municípios do Cariri, notadamente Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha.
“No Crato podemos também ver essa especulação imobiliária, com imóveis de aluguel caros”, afirma. Ivan Queiróz afirma que esse problema em particular deve estar na agenda de gestores atuais e futuros.
Ivan Queiróz alerta que um planejamento feito de forma correta e bem discutida, com a participação da sociedade pode ser o começo da solução dos problemas urbanos vividos pelo Cariri.
Aponta também que seria interessante acabar com o bairrismo existente na região. “Essa disputa entre cidades não é salutar, o planejamento tem que ser feito com parcerias na busca de soluções”,alerta.
Ele coloca como exemplo a discussão sobre a construção do Aterro Sanitário. “A solução para esse problema do lixo produzido tem que ser feita com todos os municípios envolvidos”, afirma.
Como parte de seu trabalho de acompanha o desenvolvimento urbano o GEEURB fez já algumas intervenções. Uma foi um estudo sobre a importância dos serviços de saúde e educação na estruturação da metrópole.
Outra intervenção do grupo foi com o estudo sobre a intervenção feita pelo Governo do Estado no centro do Crato.
Para Ivan Queiróz as intervenções foram positivas, mas alerta que atualmente o Crato está com problemas graves de mobilidade urbana.
Para o GEURB o Cariri tem um enorme potencial a ser descoberto e discutido. O que o professor alerta é que esse potencial tem que ser bem avaliado e as políticas planejadas.
“Principalmente nas intervenções urbanas, que dizem respeito a várias áreas como meio ambiente e infraestrutura, por exemplo, os gestores tem que planejar com antecedência e com profissionais competentes”, avisa.
jornal O Povo
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