quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Cariri: Prefeitos devem impor reconhecimento da RMC

Os investimentos percebidos de maneira insuficientes para acelerar o desenvolvimento na Região Metropolitana do Cariri (RMC) levantam questionamentos sobre a eficácia do modelo administrativo aplicado desde 2009, em nove municípios. Se, para a maioria dos políticos, há falta de reconhecimento pelas instâncias governamentais sobre a região, especialistas avaliam a necessidade de uma gestão compartilhada, com políticas públicas integradas.

O doutor em Desenvolvimento Urbano, Ivan Queiroz, que mantém uma linha de pesquisa sobre o tema na Urca, onde também leciona, lembra que a adoção do modelo deve ser para que os nove municípios possam prosperar conjuntamente, o que, na prática, não está acontecendo. Ele ressalta a disputa por poder entre os prefeitos, principalmente do Crajubar, como fator de complicação para o desenvolvimento regional. “Enquanto nossos representantes pensarem apenas no próprio quintal, sem visão de RMC, não haverá avanços significativos”, acredita.

O especialista destaca que existe um alto grau de integração econômica, política e cultural (principalmente devido à proximidade física) entre as nove cidades, que deveriam se beneficiar mais de recursos como a liberação de verbas públicas ou financiamentos com bancos públicos. “A dinâmica na RMC existe, a vida metropolitana já é perceptível. Só faltam os investimentos, que tanto pode ser pela falta de uma união política local, como pela ausência de representantes nas esferas estadual e federal, que lute para trazer mais investimentos”, cita.

Enquanto essa gestão compartilhada não acontece, a RMC deixa de receber investimentos relevantes a exemplo do Aterro Consorciado do Cariri, segundo Eraldo Oliveira, presidente da Autarquia Municipal do Meio Ambiente de Juazeiro (Amaju). “A RMC existe só no papel, o que não é suficiente. Isso prejudica até a adesão de financiamentos do governo federal, que os municípios não conseguem individualmente, para empreendimentos como esse”, observa.

O prefeito Ronaldo Gomes de Mattos admite que a região já perdeu grandes oportunidades pelo fato de o reconhecimento não ser tão grande quanto deveria. Ele disse que, durante esta semana, haverá uma rodada de convites aos prefeitos que compõem a RMC para discutirem meios de pressionar o Governo Federal, junto aos deputados da região e Ministérios competentes, para o maior reconhecimento regional. Como enfatizou, cabe aos políticos, prefeitos e deputados pressionar o Governo, sendo preciso um empenho dos representantes do poder público para que, por meio da pressão, a RMC tenha o reconhecimento que merece.

Conforme o presidente do IBGE, Cícero Pereira, desde o censo de 2010, a lei que criou a RMC foi admitida pelo instituto. Sendo assim, o órgão de pesquisa reconhece a Lei Complementar de nº 78, sancionada em junho de 2009, que une Crato, Juazeiro, Barbalha, Farias Brito, Missão Velha, Caririaçu, Nova Olinda, Santana do Cariri e Jardim.

A equipe do Jornal do Cariri tentou contato telefônico com os prefeitos Raimundo Macedo (Juazeiro), José Leite (Barbalha) e Tardiny (Missão Velha) para comentar o assunto, mas eles não atenderam ou retornaram as ligações até o fechamento desta edição.


Fonte: Jornal do Cariri  

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