Os
investimentos percebidos de maneira insuficientes para acelerar o
desenvolvimento na Região Metropolitana do Cariri (RMC) levantam
questionamentos sobre a eficácia do modelo administrativo aplicado desde 2009,
em nove municípios. Se, para a maioria dos políticos, há falta de
reconhecimento pelas instâncias governamentais sobre a região, especialistas
avaliam a necessidade de uma gestão compartilhada, com políticas públicas
integradas.
O doutor em Desenvolvimento
Urbano, Ivan Queiroz, que mantém uma linha de pesquisa sobre o tema na Urca,
onde também leciona, lembra que a adoção do modelo deve ser para que os nove
municípios possam prosperar conjuntamente, o que, na prática, não está acontecendo.
Ele ressalta a disputa por poder entre os prefeitos, principalmente do
Crajubar, como fator de complicação para o desenvolvimento regional. “Enquanto
nossos representantes pensarem apenas no próprio quintal, sem visão de RMC, não
haverá avanços significativos”, acredita.
O especialista destaca que existe
um alto grau de integração econômica, política e cultural (principalmente
devido à proximidade física) entre as nove cidades, que deveriam se beneficiar
mais de recursos como a liberação de verbas públicas ou financiamentos com
bancos públicos. “A dinâmica na RMC existe, a vida metropolitana já é
perceptível. Só faltam os investimentos, que tanto pode ser pela falta de uma
união política local, como pela ausência de representantes nas esferas estadual
e federal, que lute para trazer mais investimentos”, cita.
Enquanto essa gestão compartilhada
não acontece, a RMC deixa de receber investimentos relevantes a exemplo do
Aterro Consorciado do Cariri, segundo Eraldo Oliveira, presidente da Autarquia
Municipal do Meio Ambiente de Juazeiro (Amaju). “A RMC existe só no papel, o
que não é suficiente. Isso prejudica até a adesão de financiamentos do governo
federal, que os municípios não conseguem individualmente, para empreendimentos
como esse”, observa.
O prefeito Ronaldo Gomes de Mattos
admite que a região já perdeu grandes oportunidades pelo fato de o
reconhecimento não ser tão grande quanto deveria. Ele disse que, durante esta
semana, haverá uma rodada de convites aos prefeitos que compõem a RMC para discutirem
meios de pressionar o Governo Federal, junto aos deputados da região e
Ministérios competentes, para o maior reconhecimento regional. Como enfatizou,
cabe aos políticos, prefeitos e deputados pressionar o Governo, sendo preciso
um empenho dos representantes do poder público para que, por meio da pressão, a
RMC tenha o reconhecimento que merece.
Conforme o presidente do IBGE,
Cícero Pereira, desde o censo de 2010, a lei que criou a RMC foi admitida pelo
instituto. Sendo assim, o órgão de pesquisa reconhece a Lei Complementar de nº
78, sancionada em junho de 2009, que une Crato, Juazeiro, Barbalha, Farias
Brito, Missão Velha, Caririaçu, Nova Olinda, Santana do Cariri e Jardim.
A equipe do Jornal do Cariri
tentou contato telefônico com os prefeitos Raimundo Macedo (Juazeiro), José
Leite (Barbalha) e Tardiny (Missão Velha) para comentar o assunto, mas eles não
atenderam ou retornaram as ligações até o fechamento desta edição.
Fonte: Jornal do Cariri
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