quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

MP pede demissão dos familiares de Zé Leite

O Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE), através do promotor Francisco das Chagas da Silva, emitiu recomendação ao prefeito de Barbalha, Zé Leite (PT), e ao presidente da Câmara, vereador Daniel de Sá Barreto Grangeiro (PT), orientando os gestores para a exoneração dos servidores cuja contratação caracterize nepotismo. No documento, datado do último dia 21, o promotor pede que os gestores enviem a relação das exonerações num prazo de 30 dias.

O procedimento do MP visa à investigação dos funcionários dispostos na administração em cargos de direção, chefia e assessoramento, comissionado ou de confiança. Segundo a comunicação do MP, em Barbalha, aproximadamente 24 servidores lotados na administração podem se enquadrar em casos de nepotismo. A Lei Federal contra o nepotismo, prevista na Súmula Vinculante 13, do Supremo Tribunal Federal, veta a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade até o terceiro grau. A denúncia que motivou a ação do Ministério Público foi feita pelo vereador Bosco Vidal (PPS), ainda no mês de novembro de 2014.

O vereador tentou aprovar requerimento, fazendo a mesma solicitação por meio da Câmara, mas teve seu requerimento reprovado. Com negativa do Poder Legislativo, o vereador recorreu ao Ministério Público. Após formalização da denúncia, Bosco foi convocado pelo promotor Francisco das Chagas, quando prestou mais esclarecimentos sobre a denúncia. O vereador disse que durante a audiência, realizada no dia 9 de janeiro último, o promotor revelou que iria cumprir a lei. Para o vereador, a denúncia apenas satisfez uma expectativa da população, que não aceita a prática de nepotismo na Prefeitura de Barbalha. “Fico feliz pela celeridade dada à denúncia pelo Ministério Público. Isso mostra que essa é uma prática inaceitável por toda nossa sociedade e a justiça está cumprindo sua parte”, disse Bosco.

O prefeito Zé Leite e a procuradora-geral do Município, Ana Keive, foram procurados para se manifestar sobre a orientação, mas não foram encontrados e não retornaram as ligações telefônicas. O presidente da Câmara Municipal, vereador Daniel de Sá Barreto, disse que não tem funcionário, de qualquer parentesco, lotado em nenhum dos poderes. Ele assegurou que vai responder a comunicação do Ministério Público com as explicações necessárias e solicitadas. “Existe, na Câmara, alguns casos que não tenho certeza se estão enquadrados, mas que vou responder a solicitação com a garantia de que estou para fazer cumprir a lei”, disse Daniel.

De acordo com o MP, o descumprimento da recomendação acarretará o ajuizamento de uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra os dois gestores e eles ficarão sujeitos à suspensão dos direitos políticos por um período de cinco a oito anos.

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