quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Dilma quer debater reforma política ainda no primeiro semestre

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, 27, na primeira reunião com a nova equipe ministerial na Granja do Torto, que colocará o debate sobre a reforma política no primeiro semestre. Para Dilma, que já recuou da intenção de fazer um plebiscito sobre o assunto logo após ser reeleita, disse que cabe ao governo "impulsionar" essa mudança no sistema político-eleitoral.

A petista defendeu ser preciso discutir novas formas de financiamento de campanha. Ela afirmou esperar que cada um dos ministros dialogue com o Congresso e com a sociedade. Disse ainda que conta com eles para honrar todas as expectativas do eleitor. "Por fim, espero de todos muita dedicação, muita cooperação entre os ministérios, desejo muita sorte e muito sucesso a todos", destacou a presidente.
Corrupção
 A presidente afirmou que defenderá um pacto nacional contra a corrupção que envolva outras esferas de poder. O pacote, disse, será encaminhado pelo governo ao Congresso em fevereiro. Esse pacto foi uma das promessas de campanha de Dilma, embora boa parte das iniciativas já tramitem no Legislativo sem ter recebido qualquer apoio da petista.
Entre as propostas que serão encaminhadas, constam: a punição para os agentes públicos que enriquecerem sem justificativa; tornar crime passível de prisão a prática de caixa dois; confisco de bens adquiridos de forma ilícita; criar um sistema que permita acelerar julgamentos nos casos de desvio de recursos públicos; e criar uma nova estrutura para agilizar julgamento de pessoas que tenham foro privilegiado.
Desinformação
Ao abrir a reunião ministerial, a presidente Dilma Rousseff conclamou os ministros a "enfrentar o desconhecimento e a desinformação, sempre e permanentemente". Com grande ênfase, ela disse aos titulares das pastas que o governo não pode permitir que versões falsas de informações se alastrem no que a presidente classificou de "batalha das comunicações".
 "Reajam aos boatos, travem a batalha das comunicações, levem a posição do governo à opinião pública. Sejam claros e precisos e se façam entender. Nós não podemos deixar dúvidas", disse Dilma. Na semana passada, por exemplo, gerou mal estar no Planalto uma fala truncada do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, sobre a possibilidade de racionamento de energia caso o nível dos reservatórios das hidrelétricas caia dos atuais 17% para 10%.
"Quando for dito que vamos acabar com conquistas históricas dos trabalhadores, digam que não é verdade. Não iremos revogá-los. Ao se falar de mobilidade urbana, falem dos R$ 140 bilhões que serão investidos", exemplificou.
 Ao abordar a crise hídrica pela qual passa o País, Dilma argumentou que desde o início da estiagem o governo está apoiando as demandas dos governos estaduais que, segundo ela, "são responsáveis constitucionalmente pelo fornecimento de água". Ela citou obras na Região Nordeste, como a integração do São Francisco, a perenização de rios, e a construção de adutoras e açudes.
"Em São Paulo, estamos autorizando, a partir das solicitações do governador (Geraldo Alckmin), grandes obras para a oferta de água e vamos fortalecer esse apoio. Recomendo aos ministros relacionados ao assunto que se engajem no esforço dos governos estaduais para vencer a questão da segurança hídrica nas regiões Sudeste e Nordeste", completou.
Sem entrar em detalhes, Dilma alegou ainda que o governo está tomando "todas as ações cabíveis para garantir o fornecimento de energia elétrica". "Vamos nos comunicar mais e mostrar a cada cidadão que não alteramos em nenhum milímetro nosso compromisso com o projeto vencedor da eleição", reforçou.

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