A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, 27, na primeira reunião com a nova equipe ministerial na Granja do Torto, que colocará o debate sobre a reforma política no primeiro semestre. Para Dilma, que já recuou da intenção de fazer um plebiscito sobre o assunto logo após ser reeleita, disse que cabe ao governo "impulsionar" essa mudança no sistema político-eleitoral.
A petista defendeu ser preciso discutir novas
formas de financiamento de campanha. Ela afirmou esperar que cada um dos
ministros dialogue com o Congresso e com a sociedade. Disse ainda que conta com
eles para honrar todas as expectativas do eleitor. "Por fim, espero de
todos muita dedicação, muita cooperação entre os ministérios, desejo muita
sorte e muito sucesso a todos", destacou a presidente.
Corrupção
A presidente afirmou que defenderá um pacto
nacional contra a corrupção que envolva outras esferas de poder. O pacote,
disse, será encaminhado pelo governo ao Congresso em fevereiro. Esse pacto foi
uma das promessas de campanha de Dilma, embora boa parte das iniciativas já
tramitem no Legislativo sem ter recebido qualquer apoio da petista.
Entre as propostas que serão encaminhadas, constam:
a punição para os agentes públicos que enriquecerem sem justificativa; tornar
crime passível de prisão a prática de caixa dois; confisco de bens adquiridos
de forma ilícita; criar um sistema que permita acelerar julgamentos nos casos
de desvio de recursos públicos; e criar uma nova estrutura para agilizar
julgamento de pessoas que tenham foro privilegiado.
Desinformação
Ao abrir a reunião ministerial, a presidente Dilma
Rousseff conclamou os ministros a "enfrentar o desconhecimento e a
desinformação, sempre e permanentemente". Com grande ênfase, ela disse aos
titulares das pastas que o governo não pode permitir que versões falsas de
informações se alastrem no que a presidente classificou de "batalha das comunicações".
"Reajam aos boatos, travem a batalha das
comunicações, levem a posição do governo à opinião pública. Sejam claros e
precisos e se façam entender. Nós não podemos deixar dúvidas", disse
Dilma. Na semana passada, por exemplo, gerou mal estar no Planalto uma fala
truncada do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, sobre a possibilidade
de racionamento de energia caso o nível dos reservatórios das hidrelétricas
caia dos atuais 17% para 10%.
"Quando for dito que vamos acabar com
conquistas históricas dos trabalhadores, digam que não é verdade. Não iremos
revogá-los. Ao se falar de mobilidade urbana, falem dos R$ 140 bilhões que
serão investidos", exemplificou.
Ao abordar a crise hídrica pela qual passa o País,
Dilma argumentou que desde o início da estiagem o governo está apoiando as
demandas dos governos estaduais que, segundo ela, "são responsáveis
constitucionalmente pelo fornecimento de água". Ela citou obras na Região
Nordeste, como a integração do São Francisco, a perenização de rios, e a
construção de adutoras e açudes.
"Em São Paulo, estamos autorizando, a partir
das solicitações do governador (Geraldo Alckmin), grandes obras para a oferta
de água e vamos fortalecer esse apoio. Recomendo aos ministros relacionados ao
assunto que se engajem no esforço dos governos estaduais para vencer a questão
da segurança hídrica nas regiões Sudeste e Nordeste", completou.
Sem entrar em detalhes, Dilma alegou ainda que o
governo está tomando "todas as ações cabíveis para garantir o fornecimento
de energia elétrica". "Vamos nos comunicar mais e mostrar a cada
cidadão que não alteramos em nenhum milímetro nosso compromisso com o projeto
vencedor da eleição", reforçou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário