quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
1,3 milhão de aposentados terá redução do benefício com reajuste
Foi um “presente de grego”. Assim o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas do INSS (Cobap), Warley Martins Gonçalles, definiu o reajuste de 6,3% dado pela presidente Dilma Rousseff aos beneficiários da Previdência Social.
A categoria pleiteava reajuste de 11,7%, mas o que receberam do Governo Federal levará 1,3 milhões de aposentados que, hoje, ganham acima do salário mínimo, para a faixa de apenas um salário mínimo.
Quem ganha de R$ 546 até R$ 600 e teve reajuste de 6,3% passará a ganhar salário mínimo, porque a presidente não concedeu o mesmo percentual que foi conferido a quem recebe salário mínimo - 14,2%. Com isso, quem ganha um pouco acima de um salário, seu benefício não alcança o percentual de 14,6%. “Hoje, quase 90% dos que recebem o benefício ganham o mínimo, não pagaram aposentadoria e estão tendo aumento maior do que quem pagou o INSS”, diz Gonçalles.
Para ele, é um absurdo o que estão fazendo com o trabalhador que pagou, por anos, um valor acima do mínimo e que, agora, vai receber menos do que contribuiu. E a situação não tende a melhorar em 2012. Segundo o presidente da Cobap, a presidente Dilma Rousseff enviou um ofício ao Sindicato dos Aposentados informando que iria começar uma negociação com os aposentados que ganham até um salário mínimo. “Mas essa negociação ocorreu ao longo de todo este ano, inclusive com reunião com o ministro da Previdência e seus técnicos, mas ao final não houve reajuste. A Dilma deu apenas a inflação. Isso prenuncia que, em 2012, será a mesma coisa”, diz.
Para demonstrar a insatisfação da categoria, Warley Gonçalles afirma que em janeiro vão mobilizar os aposentados de todo o Brasil para fazer um ato contra o que ele chama de “presente de natal grego”.
Hoje, quase nove milhões de aposentados ganham acima de um salário mínimo. O Nordeste, segundo ele, será pouco afetado porque na região prevalecem as aposentadorias de até um salário mínimo.
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