sábado, 31 de dezembro de 2011

Prefeito Samuel Araripe não quer fiscalização da Câmara sobre 30% do orçamento 2012



Depois de muita confusão no último dia 28, o vice-presidente e presidente em exercício da Câmara Municipal do Crato, Ailton Esmeraldo (PP), declarou encerrada a sessão extraordinária que votaria o veto do prefeito com relação ao projeto orçamentário para 2012.

Samuel Araripe vetou a proposta da Câmara que desaprova o remanejamento de 30% do orçamento sem a necessidade de consulta e aprovação dos vereadores. Ou seja, dos R$ 178 milhões do orçamento da cidade, cerca de R$ 60 milhões poderiam ser remanejados livremente pelo prefeito municipal.

A mesa diretora declarou a sessão inconstitucional tendo como base um parecer jurídico da própria assessoria jurídica da casa. Isso não impediu que a base do prefeito, com seis vereadores, instalasse outra sessão, onde foi votada e aprovada a matéria.

PARECE que o prefeito Samuel Araripe passa por verdadeiro inferno astral. O desenrolar dessa sessão de ontem é apenas um dos problemas. A matéria já tinha sido aprovada, mas com restrições, pelos vereadores, o que foi vetado pelo prefeito; daí a ausência da base de oposição.

Conversei com a vereadora Mara Guedes (PT) e ela disse que não foi a sessão porque considera a atitude de Samuel um desrespeito aos representantes do povo cratense. Ela confirmou que houve boicote da base de oposição e questionou, inclusive, o porquê que Samuel tem tanto medo da fiscalização da Câmara; além de chamar atenção para o fato de que o orçamento será gasto num ano eleitoral.

Com relação ao teor da matéria é, no mínimo, suspeito. Por que esse interesse de conduzir o dinheiro público sem o conhecimento da Câmara. Isso está muito mal explicado.

Mas, os problemas de Samuel são maiores. No início da semana o vice-prefeito, Raimundo Bezerra Filho (PPS), afirmou que será candidato com ou sem o apoio de Samuel. O que divide o grupo do prefeito e joga uma pá de possibilidades na eleição cratense. Acredito que a vontade de Samuel em aplicar mais de R$ 60 milhões do orçamento como bem entender, já é reflexo das seguidas perdas políticas e, consequentemente, do medo de ficar sem cartas para negociar.

Ou seja, a falta de habilidade política do prefeito Samuel, pode comprometer a sobrevivência dele e do seu grupo na política cratense. Não se joga a responsabilidade da escolha de um sucessor para terceiros. As consequencias dessa decisão estão apenas começando!

Por Madson Vagner
Jornalista

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