Na avaliação da maioria dos economistas, 2015 é um ano de incertezas, mediante os ajustes necessários na economia. Os governos estaduais e as administrações municipais já anunciaram cortes de despesas, seguindo a tomada de decisão do governo federal. Nesse cenário, os empresários estão mais cautelosos e todo esse quadro traz reflexo direto na geração de empregos.
Nos últimos dois anos, o Ceará registra saldo positivo na geração de emprego, em torno de 50 mil novas vagas criadas. Esse número é o resultado da diferença entre contratações e demissões. O mês de dezembro, historicamente, tem apresentado variação negativa, desde 2011, por ser um período com mais dispensa de mão de obra. Entretanto, vem perdendo intensidade. Naquele ano, foram 6.569 desempregados. Em 2012, 5.216 demissões e em 2013, 2.174.
Nos próximos dias, o Ministério do Trabalho e Emprego vai divulgar o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A partir dos dados, o IDT vai conhecer o comportamento do mercado formal de contrações em dezembro e em todo o ano de 2014.
"A tendência é de que dezembro passado apresente um saldo negativo, mas gostaríamos que essa regra fosse quebrada diante do comportamento do mercado consumidor, que foi fortalecido nos últimos anos", observou Erle Mesquita, coordenador de Estudos e Análises de Mercado do Instituto do Desenvolvimento do Trabalho (IDT).
A perspectiva para os primeiros meses de 2015 não é animadora: "O primeiro trimestre costumeiramente é ruim para o trabalhador. Há também transição de governos, cortes e reajustes na máquina pública, além de fatores macroeconômicos. Todos esses fatores vão ter reflexos diretos na economia regional".
Há várias dinâmicas que influenciam o mercado, a contratação e despensa de mão de obra. "Vamos aguardar o fechamento dos índices, mas acredito que 2014 será muito semelhante a 2013", frisou Mesquita. Para o técnico do IDT, o desafio do governo é conseguir desconcentrar a geração de emprego da Região Metropolitana de Fortaleza para o Interior. "Há mais de três décadas que foram implantadas políticas públicas de atração de empresas, concessão de incentivos, mas mesmo assim permaneceu a concentração de empregos na Grande Fortaleza", observou. "De cada três ocupações formais, duas estão na Região Metropolitana da Capital".
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