O ministro da Educação, Cid Gomes, informou, na manhã de ontem, que o reajuste do novo piso salarial dos professores, hoje em R$ 1.697, vai ser anunciado amanhã. "Poucos lugares não pagam o piso, como Rio Grande do Sul. Vamos ter de conversar com os estados", declarou o ex-governador do Ceará durante entrevista ao "Bom Dia Brasil", da Rede Globo.
Ontem, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) disse que os salários do magistério devem ter aumento de 13,01%. A estimativa tem como base os critérios adotados anteriormente pelo Ministério da Educação (MEC).
Com o ajuste, o salário inicial dos professores de escola pública, com formação de nível médio e jornada de trabalho de 40 horas semanais, será de R$ 1.918,16.
O cálculo está previsto na Lei do Piso, que vincula o aumento ao percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno, referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano. Se, por um lado, existe a demanda de um piso cada vez maior, que garanta atratividade à carreira, por outro, há dificuldade, principalmente dos municípios, na manutenção dos salários.
De acordo com o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, o novo piso significará um aumento de cerca de R$ 7 bilhões nos gastos dos municípios. "Ninguém é contra o piso", justifica, "mas o problema vem se acumulando, está tirando muito qualidade da educação. Não tem dinheiro para reformar as escolas, dar infraestrutura", argumenta.
O piso salarial passou de R$ 950, em 2009, para R$ 1.024,67, em 2010, e R$ 1.187,14, em 2011, conforme valores informados no site do Ministério da Educação. Em 2012, o valor vigente era R$ 1.451; em 2013, passou para R$ 1.567; e, em 2014 foi reajustado para R$ 1.697,39. O maior reajuste foi 22,22%, em 2012.
Em publicação no próprio site, a Confederação pede ao ministro Cid Gomes "sensibilidade para resolver o problema do reajuste do piso".
Para o diretor de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo, o reajuste é necessário para cumprir o Plano Nacional de Educação, que prevê equiparar o rendimento médio dos professores ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência do plano.
"Esse reajuste é importante para alcançar a meta do PNE. Tem que valorizar a educação e os profissionais", diz Araújo, enfatizando que muitos governadores afirmaram que o compromisso com a educação é forte.
DN
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