Insatisfeitos com o governo, sete partidos da base aliada e um oposicionista formalizaram ontem a criação de um "blocão" de deputados "independentes" para atuar na Câmara dos Deputados e fecharam uma pauta de votações incômoda ao Planalto. Capitaneadas pelo PMDB, principal aliado do PT no âmbito federal, as bancadas escolheram como alvo a Petrobras, uma prioridade da presidente Dilma Rousseff.
O "blocão" decidiu apoiar a aprovação de uma comissão externa para investigar denúncias de pagamento de propina a funcionários da petroleira estatal pela fornecedora holandesa SBM.
A promessa do "blocão" era derrotar o governo, mas o PT dificultava a discussão sobre a criação da comissão. O governo chegou a oferecer explicações da presidente da Petrobras, Graça Foster, mas o novo grupo não recuou. Pela proposta, um grupo de congressistas vai viajar até a Holanda para buscar informações sobre a suspeita de suborno. A votação elevou a tensão e provocou discussões acaloradas na reunião de líderes.
Mas devido à obstrução de vários partidos e pela falta de quórum, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, cancelou as votações da sessão extraordinária de ontem.
Os partidos decidiram entrar em obstrução devido à decisão do presidente de não incluir na pauta o requerimento do líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), que pede a criação da comissão. Para votar esse requerimento, Alves marcou sessão extraordinária do Plenário para as 11 horas de hoje.
Sem blefes
Segundo os aliados, a ideia era mostrar que o "blocão" - formado por PMDB, PSC, PP, Pros, PDT, PTB, PR e o oposicionista Solidariedade - não está "blefando". Ao todo, ele reúne mais de 250 dos 513 deputados.
A estratégia de colocar em pauta uma matéria sensível ao governo foi discutida em almoço na casa do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). No encontro, os líderes analisaram o pacote anunciado pelo Planalto para tentar acalmar os ânimos dos aliados e neutralizar o "blocão, mas para os líderes, as ações não resolvem as insatisfações motivadas principalmente pela falta de diálogo com o governo.
Fonte: Diário do Nordeste Política
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