A Câmara Municipal de Barbalha foi surpreendida com a informação de que a Prefeitura mantém uma reserva financeira de cerca de R$ 10 milhões. A informação foi repassada pelo vereador Rildo Teles (PSL), após recebimento do documento de prestação de contas, enviado pela administração do prefeito José Leite Gonçalves Cruz, o Zé Leite (PT), ao Poder Legislativo.
Na sessão da Câmara do dia 17, o vereador fez pronunciamento denunciando o que chamou de absurdo administrativo. Para o vereador, é inadmissível manter tanto dinheiro em caixa, enquanto a população é privada de benefícios básicos. Rildo ressaltou que setores como a Saúde e Infraestrutura vivem uma situação de caos no Município.
Durante o pronunciamento, o vereador destacou os distritos de Riacho do Meio, Arajara e Caldas, onde, segundo ele, os postos de Saúde não têm, sequer, médicos e remédios, além da péssima estrutura. “Existem casos de pacientes de alta complexidade que procuram a Secretaria de Saúde e são orientados a entrar na Justiça para garantir tratamentos e exames. Na realidade, de cada 100 pacientes, três ou quatro procuram a justiça e os outros são renegados a própria sorte. Não dá para admitir ter R$ 10 milhões em caixa enquanto o povo está morrendo”, disse Rildo.
Sobre a situação da infraestrutura do Município, o vereador destacou, por exemplo, que no pé da serra, do Sítio Flores ao Sitio Melo, não existe obra em andamento. “Da divisa com Missão Velha até a divisa com Crato, não se vê nenhuma obra dessa administração. Isso não é administrar. A prefeitura não é um banco para ter dinheiro guardado. O dinheiro é para ser aplicado no benefício à população que, vale salientar, está sofrendo com a falta desse dinheiro”, disse Rildo.
Sobre o contato com a administração, o vereador disse ter enviado ofício ao prefeito Zé Leite e à Secretaria de Finanças, solicitando informação de projetos onde serão aplicados os recursos. Rildo ressaltou que não recebeu resposta da solicitação.
Durante a sessão da Câmara, o vereador Aurino Preu (PP), líder do prefeito na Câmara, defendeu a manutenção dos recursos em caixa, ressaltando que o Município precisa ter dinheiro para as contrapartidas das verbas destinadas pelos governos do Estado e Federal. “O que a administração faz é o que as anteriores não faziam, por falta de organização e acabavam perdendo recursos, principalmente para as obras destinadas pelos governos estadual e federal”, disse o vereador líder.
Tentamos contato com a secretária de Saúde, Jaqueline Sampaio, mas ela não se encontra na sede da Secretaria. A secretária-adjunta, Desiree de Sá Barreto, disse não disponibilizar de tempo para receber a reportagem do Jornal do Cariri. Através da assessoria de imprensa, tentamos contato com a secretária de Finanças, Maria Everane Correia, mas até o fechamento dessa edição não obtivemos retorno.
Fonte: Jornal do Cariri
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