Quando Eunício Oliveira recusou o ministério oferecido pela presidente Dilma, o ministro obteve ali a oportunidade de que tanto precisava para estabelecer no mercado eleitoral a premissa de que será candidato. O gesto mexeu com o cenário.
Lá se vai gorda fatia do tempo de propaganda eleitoral e fica o Partido dos Ferreira Gomes (PFG) ainda mais precisado de aliança com o PT para manter favoritismo na disputa. A boa notícia é que deseja o mesmo a maioria dos petistas que decidem.
O Pros, motel da hora para o pernoite governista, tem pouco tempo de televisão para a campanha. O PT tem mais. E tem o casamento estável da máquina pública com o movimento social. E tem Dilma. E tem Lula. E tem o Brasil do pleno emprego.
A conjuntura dá pertinência ao balão de ensaio que coloca a possibilidade de ser um filiado do PT indicado candidato com apoio do próprio governador. Tratar-se-ia de Camilo Santana, cuja militância no PT é, digamos assim, quase metafórica.
Sua candidatura sanaria os problemas ‘tempo de televisão’ e ‘apoio federal’, ambos decisivos para que um governo de popularidade mediana eleja um sucessor de sua confiança. O PT ocuparia posição privilegiada na chapa e o Pros faria o senador.
Assim, ficariam livres de outro problema: o constrangimento de ter José Guimarães candidato ao senado, pois não há só cuecas guardadas naquele armário. Há rumor de alopração no Banco do Nordeste e um irmão preso por ordem da corte suprema.
A candidatura de Camilo, afinal um petista, fragiliza a premissa de neutralidade do governo federal onde houver mais de um candidato da base aliada – tese fácil, mas execução difícil quando há candidato petista autorizado pelo comando nacional.
Mesmo rifado na vaga ao senado, Guimarães ocuparia ainda a alcova do Abolição – ele aceita, nem precisa pedir duas vezes. Mas até onde Camilo é possibilidade real ou manobra para intimidar Eunício Oliveira? Sabem lá eles e poucos mais.
Lua de Fel
Ora, mas vejam vocês como é curioso o mundo do faz de conta da democracia brasileira. Em Minas Gerais, há um acordo tácito entre PT e PSDB: na campanha eleitoral deste ano, ninguém fala em mensalão. Nem de lá, nem de cá. Enfim, sós.
Pauta Livre
Por Ricardo Alcântara
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
E aí, Eunício: vai encarar?
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