Os bancários protestaram na sexta-feira, dia 2, em todo País contra a política de rotatividade no Itaú Unibanco. A instituição, presidida pelo banqueiro Roberto Setúbal, bateu novo recorde de lucro entre os bancos brasileiros até setembro deste ano, atingindo R$ 10,949 bilhões, uma alta de 15,97%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, o Itaú ganhou o título de campeão de demissões no mesmo período. Milhares de pais e mães perderam seus empregos devido à política de rotatividade. Além disso, o banco cortou 2.496 vagas no mesmo período, sagrando-se como o número 1 do desemprego no sistema financeiro, o que é cruel e injustificável.
Os bancários em São Paulo estão realizando manifestações nas agências da Avenida Faria Lima, entregando o jornal e dialogando com os bancários e os clientes. Os sindicalistas ainda chamaram a atenção da sociedade para o descaso do Itaú com a questão do emprego. "Os bancários cobram, acima de tudo, emprego decente, com melhores condições de saúde, segurança e trabalho. Para tanto, o banco precisa acabar com as demissões, a política da rotatividade, as metas abusivas, o assédio moral e a insegurança", afirma Carlos Cordeiro, funcionário do Itaú Unibanco e presidente da Contraf-CUT.
Dados do Dieese revelam que em dezembro de 2010 o banco contava com 102.316 trabalhadores no Brasil. O número foi reduzido em setembro para 99.820. E os sindicatos não param de receber denúncias de novas dispensas, às vésperas do Natal.
"Enquanto Setúbal anuncia que em 2012 e 2013 a empresa irá se esforçar para obter uma melhora agressiva dos chamados índices de eficiência, os bancários têm plena consciência que este tipo de discurso serve apenas para satisfazer o ego e o apetite dos acionistas da empresa, uma vez que as demissões seguem em curso por todo o país", critica Jair Alves, diretor da Contraf-CUT e um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco. "Eficiência é emprego decente", rebate o dirigente sindical.
"A política da rotatividade, que reduz custos para aumentar ainda mais os lucros, é nociva para o desenvolvimento econômico e social do País, pois somente ganham os banqueiros e perdem os trabalhadores e a sociedade", conclui Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT
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