terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Denúncia de mensalinho pode cassar 18 em Juazeiro



O vereador Darlan Lôbo (PMDB), ex-presidente interino da Câmara de Juazeiro do Norte, solicitou a intervenção do Ministério Público Estadual (MP-CE) para investigar a provável compra de votos durante o processo eleitoral que definiu a composição da nova mesa diretora do legislativo local. a denúnica compromete o mandato de 18 dos 21 vereadores da Casa. 

Durante a sessão que elegeu o Capitão Vieira (PTN) como presidente, o Darlan acabou retirando o nome da disputa e requereu o áudio e a ata da sessão, segundo ele, para anexar as denúncias já entregues ao MP e que podem anular a eleição. Ainda na terça-feira (04), o vereador teria prestado depoimento aos promotores Silderlanio do Nascimento e Lucas Azevedo sobre o esquema de corrupção, ativa e passiva, em curso para a eleição. 

As cópias do áudio e da ata devem ratificar o que foi antecipado por Darlan, inclusive, com nomes e quantidade de votos que o candidato eleito teria no pleito. A informação é que, em breve, os promotores devem convocar as primeiras testemunhas para depor sobre as denúncias.

O ex-presidente interino deve destacar nos áudios enviados ao MP, além dos votos antecipados em depoimento, declarações como a do vereador Antônio Cledmilson, que chegou a afirmar a existência de negociações durante os debates que antecederam a eleição; além de discursos como do vereador Gledson Bezerra (PTB), que também retirou o nome da disputa por não se sentir a vontade para disputar um pleito que, segundo ele, está envolto em denúncias de compra de votos. 

Darlan denunciou, ainda, a realização de um café, na manhã no dia da votação, onde teria sido exigido o voto fechado e a desaprovação do  parecer final da CPI do Ar-Condicionado. Segundo informações, Darlan já teria solicitado cópia da nota do hotel para saber quem pagou o café da manhã, o que também deverá ser anexado ao processo. 

O vereador Darlan denunciou, ainda, a tentativa de intimidação e ameaças, por parte do presidente eleito, que, segundo ele, teria dito que iria prejudicá-lo em Juazeiro do Norte. O Capitão Vieira afirma desconhecer a acusação. Com relação às denúncias de compra de votos, o presidente eleito garantiu que vai se pronunciar no momento certo. 

A eleição preencheu os cargos em vacância após as renúncias de quatro dos seis membros da mesa. Foram eleitos, além do presidente, os vereadores Antônio Cledmilson (2ª vice-presidente), Claudionor Mota (1º secretário) e Zé Ivan Leiteiro (3º secretário). Eles se juntam ao 1º vice-presidente, vereador Darlan Lôbo, e o 2º secretário, vereador Sargento Firmino.

Como votaram os vereadores Votos de Capitão Vieira: Mara Torres, Danty Benedito, Cledmilson, Zé de Amélia Júnior, Sargento Firmino, Adauto Araújo, Claudionor Mota, Preto Macedo, Zé Ivan, Bertran Rocha, Sargento Nivaldo, Didi de Amarílio e Rita Monteiro. Abstenções: Gledson Bezerra, Tarso Magno, Normando Sóracles, Cláudio Luz, Alberto Costa, João Borges e Darlan Lôbo. 

Desaprovação do relatório

Na mesma sessão que elegeu a nova mesa diretora, a Câmara rejeitou, com 13 votos contrários, três favoráveis e quatro abstenções, o relatório final da Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) que investigou contratos de empresas, junto à Prefeitura de Juazeiro. 

O relatório identificou a existência de um esquema de corrupção que pode ter desviado mais de R$ 2,9 milhões, principalmente das Secretarias de Saúde e Educação, envolvendo empresas como a “A.M.C. Pinheiro – ME”, “G&C Refrigeração” e “Maria Sheila Sousa Brito – ME”, todas em nomes de laranjas, segundo o relatório. O documento identificou, na constituição das empresas, uma quadrilha que estaria atuando também nas prefeituras de Aurora, Caririaçu, Farias Brito e Milagres. 

O relator da Comissão, vereador Cláudio Luz (PT), apresentou um parecer de 86 páginas, parte de um processo composto por 3.311 páginas, divididos em nove volumes. A comissão foi composta, ainda, pelos vereadores Tarso Magno (presidente) e Zé Ivan Leiteiro (secretário). Leiteiro se negou a assinar o parecer, sob a acusação de não ter sido chamado a participar da conclusão do mesmo.

Fonte: Jornal do Cariri Política

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